A Liga Guineense dos Direitos Humanos diz ser de "uma mediocridade espantosa" o nível da classe política do país perante a crise que assola as instituições da República bloqueadas devido aos conflitos pessoais.
A posição foi transmitida hoje por Augusto da Silva, presidente da
organização, no ato de apresentação do relatório sobre a situação dos
direitos humanos na Guiné-Bissau no período de 2013 a 2015.
Para a Liga, as desavenças pessoais entre os responsáveis políticos
guineenses conduziriam ao bloqueio das instituições, nomeadamente o
Parlamento e o Governo, levando a que o plano de ação e o Orçamento
Geral do Estado para este ano não fossem aprovados.
O país deixou de executar políticas públicas e consequentemente tem
deixado a população sem serviços básicos ao nível da saúde, educação ou
acesso à justiça, acrescentou.
"Assistimos a uma crise política que foi forjada gratuitamente pela
ganância da nossa classe política. A crise está a corroer as bases da
nossa coesão, da nossa independência e o fundamento do nosso Estado",
observou Augusto da Silva.
O presidente da Liga diz ser urgente que a classe política ponha termo à
crise antes que a situação descambe e traga consequências imprevisíveis
para o país.
Augusto da Silva antevê "dias difíceis" para a Guiné-Bissau se
persistirem as ondas de greves na função pública, as manifestações de
rua por parte dos jovens, enquanto perdura o impasse entre a classe
política na busca de um consenso para a saída da crise.
O dirigente da Liga exorta a classe política e o Presidente guineense,
José Mário Vaz, em particular, no sentido de respeitarem na íntegra os
compromissos assumidos perante os chefes do Estado de África Ocidental
como "a derradeira oportunidade" patrocinada pela comunidade
internacional em relação à Guiné-Bissau.
Os compromissos em causa visam a formação de um Governo inclusivo que
possa gerir o país até às eleições legislativas marcadas para 2018.
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