"A língua portuguesa ainda não é uma língua usada fluentemente. É um desafio que devemos reconhecer. Mas não é um obstáculo ou um impedimento. É apenas um desafio, que vamos ultrapassar", disse António da Conceição.
"Cabe-nos a nós, governantes, continuar a reafirmar quem somos e como chegámos aqui. Isso ajuda a ultrapassar os nossos desafios e a manter a nossa identidade como timorenses e assim também contribuímos para a nossa existência global", afirmou.
O governante timorense, que falava num seminário sobre a língua portuguesa em Díli, recordou que a celebração, estes dias, da semana da língua portuguesa é um evento que, para Timor-Leste, "constitui uma afirmação histórica e também uma afirmação de ser timorense".
O português "faz parte da identidade de Timor-Leste", disse, "porque a língua assim nos identificou e nos fez ser timorenses, hoje".
Apesar disso e de o "português ter sido a língua da resistência", o ministro insistiu que há que reconhecer os desafios atuais, especialmente na área da educação em português.
"A lei de base da educação diz que as línguas de ensino são português e tétum, mas não podemos ignorar que os nossos professores, compatriotas que estão a dedicar-se ao ensino e à educação e que têm que enfrentar este desafio", disse.
O ministro saudou o apoio das autoridades portuguesas e brasileiras e o trabalho que tem sido dado para manter o ensino em português em todo o Timor-Leste.
Manuel Gonçalves de Jesus, embaixador de Portugal em Díli, reiterou o empenho das autoridades portuguesas em "cimentar a cooperação" com Timor-Leste no ensino do português
E agradeceu aos professores que "no dia-a-dia trabalham no ensino do português", participando numa "política linguística ativa".
José Dornell, embaixador do Brasil em Díli, afirmou, por seu lado, que "a língua portuguesa é uma característica e traça essencial da identidade" de Timor-Leste.
"Os líderes deste país, na sua visão de longo prazo e de amor pela pátria têm reiteradamente declarado a importância da língua, do domínio da língua como instrumento de conhecimento e de contacto com o mundo e sobretudo de consolidação da própria nacionalidade, da pátria e dos seus filhos", afirmou.
O seminário - com dezenas de participantes, incluindo alunos da Escola Portuguesa de Díli - decorre no INFORDEP, o principal centro de formação de professores em Timor-Leste onde têm colaborado, ao longo dos últimos anos, vários docentes lusófonos.
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