O novo representante da agência da ONU para Agricultura e Alimentação
(FAO) em Portugal acredita que a cooperação entre os países lusófonos é
uma vantagem nas ações de combate à fome e de promoção da nutrição
adequada.
Em entrevista à ONU News, de Lisboa, Francisco Sarmento afirmou que
por compartilharem uma cultura comum, os integrantes da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) podem realizar projetos e
intercâmbios de forma muito mais rápida. Sarmento é também o
representante da FAO junto à CPLP, na capital portuguesa.
"Haverá, provavelmente, um número até superior de pessoas que estão
afetadas pela obesidade ou pelas doenças metabólicas, que são doenças
que acabam por ser crónicas, do que os subnutridos afetados pelo flagelo
da fome. Eu diria, numa estimativa, eventualmente grosseira, que
provavelmente metade dos habitantes dos países da CPLP sofrem – direta
ou indiretamente -, algum impacto relativamente à alimentação que
fazem."
A CPLP e FAO firmaram uma estratégia de cooperação para zerar a fome
nos países do bloco em 2012. A iniciativa foi assinada por Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste. Para Francisco Sarmento, a proposta já está a
render frutos.
"Nós temos um vasto património cultural comum que permite a
construção de laços de confiança mais rapidamente do que se não o
tivéssemos e permite também identificar um conjunto de prioridades
comuns e de ações comuns em que países que estejam, eventualmente, em
diferentes velocidades relativamente em relação à solução de alguns
problemas possam compartilhar os seus conhecimentos com os demais. E
isso eu penso que é uma vantagem muito grande da Cplp."
Na entrevista que concedeu à ONU News, o novo representante da FAO em
Portugal alertou que o trabalho para combater a desnutrição tem que
continuar. Segundo ele, 22 milhões de pessoas enfrentam insegurança
alimentar na CPLP.
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