A Guiné-Bissau desperdiçou duas grandes oportunidades no âmbito da cooperação com a China ao longo de 2016, afirmou o embaixador cessante da China, Wang Hua, à imprensa guineense.
O diplomata chinês especificou
que a primeira delas ocorrera no passado mês de Julho, quando do Fórum
da Cooperação China/África, em que meia centena de países africanos
levaram cerca de 300 projectos avaliados em 50 mil milhões de dólares,
que o seu país aceitou financiar.
Apesar de ter participado neste encontro, “a Guiné-Bissau não
conseguiu apresentar uma ideia concreta, específica e viável, por falta
de uma definição clara na sua política de cooperação com a China”,
referiu o embaixador. Wang Hua assegurou que foi o seu país que tomou a
iniciativa de mudar do antigo para um novo formato de cooperação entre
os dois países, o que resultaria na assinatura, nomeadamente do acordo
de cooperação no domínio agrícola com uma duração de 2 anos.
A outra oportunidade não aproveitada pela Guiné-Bissau, prosseguiu o
embaixador, surgiu no decurso 5.ª Conferência Ministerial do Fórum de
Macau, em que o então primeiro-ministro, Baciro Djá, à frente de uma
delegação ministerial de sete pessoas, não conseguiu apresentar nenhum
projecto viável capaz de mobilizar fundos do sector privado chinês.
“Durante a minha estada na Guiné-Bissau trabalhei com seis
primeiros-ministros”, precisou, para exemplificar as constantes trocas
de governo verificadas na Guiné-Bissau.
Wang Hua, cuja missão termina no final deste ano, sublinhou que a
China procurou sempre minimizar os problemas da Guiné-Bissau e deu como
exemplo a iniciativa de o seu país perdoar uma dívida de Bissau de USD
30 milhões. Por outro lado, salientou o diplomata, o governo chinês
ofereceu este ano um apoio financeiro de 100 milhões de yuans para
financiar alguns projectos de infra-estruturas da Guiné-Bissau, entre os
quais a construção da auto-estrada Bissau/Safim. Esclareceu que apoios
do género seriam mais numerosos, bem como por parte do empresariado
chinês, não fosse a situação de instabilidade político-institucional
loca.
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