O NPR "Viana do Castelo" está em missão na costa Sul de Espanha. O último balanço revela que mais de 300 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde Janeiro e mais de 2.500 pessoas morreram.
O navio patrulha da Marinha Portuguesa que participa numa missão da Frontex da União Europeia, já percorreu mais de quatro mil milhas e salvou vidas no Mar Mediterrâneo.
O NPR Viana do Castelo está no Sul de Espanha a participar na operação “Indalo”, que visa controlar os migrantes ilegais provenientes do Norte de África. Já lá estiveram também militares da Força Aérea e uma aeronave.
“Fomos chamados a colaborar com as autoridades espanholas no salvamento de dez pessoas ligadas a migração irregular e também há dois dias participámos na recolha de corpos de um naufrágio a meio do Mediterrâneo, na costa Sul de Espanha, a cerca de 50 milhas de Almeria”, disse à Renascença o comandante Morais Chumbo.
Com 67 militares a bordo e dois inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o navio português está prestes a terminar mais uma missão no Mediterrâneo. Até agora, fez mais de mais de 500 horas de patrulha.
"Tráfego aqui mantém-se constante, não evolui muito"
O NPR Viana do Castelo vigia as águas da costa Sul de Espanha, onde a situação não tem conhecido um agravamento nos últimos tempos, ao contrário do que acontece ao largo da Itália e da Grécia.
“Na minha perspectiva, é uma situação que se mantém, não há evolução. O tráfego aqui mantém-se constante, não evolui muito”, explica o comandante Morais Chumbo
“As embarcações atravessam mais junto ao estreito de Gibraltar, na nossa área são poucas e transportam 15 a 25 pessoas, no máximo, o que não acontece nos mares italianos e na costa da Líbia”, sublinha.
A missão está a ser coordenada pelas autoridades espanholas e tem a participação de vários países da União Europeia. O navio português regressa a casa a 31 de Agosto.
Mais de 300 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde Janeiro e mais de 2.500 pessoas morreram no mar quando tentavam alcançar a Europa, anunciou esta sexta-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
"O número de refugiados e migrantes que atravessaram o Mediterrâneo este ano já ultrapassou os 300 mil, cerca de 200 mil chegaram à Grécia e 110 mil a Itália", contra cerca de 219 mil em 2014, disse uma porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, num encontro com a imprensa.
Fleming acrescentou que cerca de 2.500 migrantes morreram durante a travessia, precisando que o número não inclui os mortos e desaparecidos ao largo da Líbia na quinta-feira no naufrágio de uma embarcação que transportava à volta de 200 pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário