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Joseph Pulitzer

domingo, 24 de abril de 2016

Austrália na tentativa de extrair dinheiro da última gota de petróleo

Milhares de pessoas reuniram-se há pouco tempo à frente da embaixada da Austrália em Díli, a capital à beira-mar do Timor Leste, em talvez a maior manifestação desde que o minúsculo país conquistou sua independência há 14 anos. Os manifestantes protestavam contra a recusa da Austrália de negociar uma fronteira permanente no mar de Timor, onde existem reservas incalculáveis de petróleo e gás. O Timor Leste alega que a recusa está custando a perda de bilhões de dólares ao país e é uma violação à sua soberania.


A Austrália mantém sua posição que os acordos de partilha de receitas assinados há anos pelos dois países permanecem em vigor. Um deles adia a discussão de fronteiras marítimas permanentes até 2057, apesar de declarações recentes do Partido Trabalhista de oposição ao governo australiano em favor das negociações terem dado alguma esperança aos timorenses.

No entanto, uma solução favorável aos timorenses nessa discussão apenas adiará a questão mais crítica que o Timor Leste enfrenta: o que fazer quando as reservas de petróleo e gás terminarem. Nove décimos das receitas do país originam-se da exploração de petróleo e gás. Só alguns poucos países com economias frágeis, entre eles o Sudão do Sul e a Líbia, são mais dependentes de hidrocarbonetos.

O Timor Leste e a Austrália mantêm relações amistosas há muito tempo. Entretanto, sem um acordo referente à fronteira marítima permanente esse relacionamento amigável, segundo muitos timorenses, terminaria. Embora a Austrália tenha negociado um acordo de fronteira marítima com a Indonésia em 1972, essa iniciativa não se repetiu com Timor Leste. Mas de acordo com a lei internacional sobre o direito do mar, alegam os timorenses, essa fronteira se situaria a uma distância equidistante entre os dois países.
 
 
(Foto: Wikipedia)

 

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