Para se compreender o porquê da GBissau estar como está, é necessário se compreender em primeiro lugar que a origem da conduta das pessoas não está só no meio social onde viveu, como também na educação de base que adquiriu, enfim, na família. Isto é o elo de tudo o resto.
Eu penso que as coisas devem ser ditas tal qual ela é. Dizer a verdade nunca é ofensivo, a forma de o dizer é que pode ser ofensivo. Não se pode viver sempre de ilusões.
Na minha terra, as pessoas não gostam de ouvir dizer que quem tomou as rédeas do destino do país hoje, são pessoas que nasceram e cresceram nas tabancas, com uma qualificação técnica deficitária e sem nenhuma qualificação política.
Lamentavelmente, estes senhores que deveriam ser porta-vozes da decência e da moralidade, não mais fizeram do que transformar a nação guineense em covil de salteadores.
É sabido e está provado, que quem nunca teve e de repente se encontra numa mina de oiro, rouba tudo e nem espinha deixa. “Só se pode querer tudo quando nunca se teve nada”.
A realidade do nosso país é de facto ultrajante e vergonhoso. Os governantes andam sempre a meter o rabo entre as pernas e a eximir-se das responsabilidades. Não é por acaso que os maiores problemas que nos afligem, são consequências de todos os atos errados dos nossos governantes.
Cúmplices do regime, humilhados perante todo o mundo, tratados como animais, está um povo que grita por mais justiça e elege sempre os mesmos carrascos, trapaceiros e despreparados. Um povo sem vergonha, um bando de hipócritas e vítimas da própria ignorância.
Onde está o nosso brio e vergonha? Até quando tudo isto? A ANP é um lugar que deveria ser de debate entre os mais sábios e probos do país, mas o que se constata, é uma curva ascendente de escândalos. Até quando consentir tudo isto?
Onde está o respeito, e a honra? Deixar-se humilhar só para ter alguns trocados, dando o golpe da barriga e se encostar por toda vida? Não, obrigado!
Tudo falta na sociedade guineense, saúde, educação, segurança, justiça e também, vergonha na cara do povo. É o que nos falta: vergonha na cara.
(de: Otilio Camacho)
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