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Joseph Pulitzer

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Movimento de Cidadãos

Queridos irmãos guineenses

É com muita tristeza que assistimos a cada dia uma palhaçada dos atores políticos nacionais, investidos em ódios cegos e estratégias maldosas com o fito único e exclusivo de prejudicar esta Nação sob auspícios dos interesses mesquinhos e de pequenos grupos.
Já estamos fartos de assistir esta dita telenovela, que a cada dia vem comprovando a incapacidade dos implicados na busca de soluções através do diálogo.

Como podemos ficar calados vendo os nossos irmãos a morrerem por causa da greve nos hospitais em resultado desta crise?
Como podemos conformar vendo os nossos irmãos a perderem o ano letivo por causa da greve na educação devido a crise que paralisou o país?
Como podemos bater palmas se a nossa população vive desesperada, cheia de pobreza, come uma vez por dia e outros ainda morrem paulatinamente de fome?
Como podemos dizer viva a Guiné-Bissau se estamos num país onde a população não sente a presença do Estado, onde o governo não consegue garantir os serviços mais elementares?
Como? Como podemos sonhar se os nossos sonhos são alienados por ambições políticas perversas aos interesses do povo?

Irmãos Guineense
O Movimento recebeu na audiência o responsável da Associação dos pais e encarregados da educação, solicitando a nossa intervenção relativamente as paralisias nos sectores da educação e saúde. Facto que agradecemos pela merecida confiança depositada em nós. Isso nos faz sentir que realmente estamos a representar os reais interesses da população.
Em relação as greves o que temos a dizer é o seguinte:
Compreendemos que não se pode exigir uma pessoa que não vá a greve se esta pessoa não tem como subsistir, não podemos negar que estamos numa situação difícil pois todos nós estamos. A causa que os Sindicatos dos Professores e dos Médicos e Técnicos da Saúde estão a reivindicar é justa e é do conhecimento geral! Por isso, aceitem a nossa solidariedade…
Porque sempre estiveram ao lado do povo;
Porque sempre lutaram na defesa dos interesses da nação;
Porque, na verdade, ao contrário dos políticos, vocês são heróis! Sempre estiveram a altura das crises mais profundas e acreditamos que vencerão esta que actualmente se vive…

Queremos relembra-los apenas que as consequências das greves são sentidas única e exclusivamente por nós, seus irmãos, sem recursos para recorrer outros serviços alternativos. Já vários de nós morreram na sequência da greve e centenas sem cuidados de saúde. Quase todos nós estamos em risco de perder o ano lectivo que trarão consequências graves para o país num futuro breve. Chamando a colação o facto de ainda a nossa política ser dominada por analfabetos na sua maioria. Pessoas que agora se exige uma solução dos problemas do país.

Portanto, nós enquanto defensores das causas do povo, apelamos aos sindicatos do sector da educação e saúde uma trégua nas greves para estancar o sofrimento deste sofrido povo. Não queremos com isto dizer que se conformem, mas pedimos apenas uma trégua, que o povo agradece e aprecia com modéstia.
Ao mesmo tempo, exigimos do Governo uma maior seriedade e celeridade na resolução desta questão. A Saúde e a Educação são sectores chaves para o desenvolvimento socioeconómico de qualquer país, devendo para o efeito merecer sempre privilégio e prioridade. Consideramos que tem sido feito pouco esforço para a sua resolução. Se no entanto, as Ministras de Educação e da Saúde, não conseguirem encontrar soluções imediata, que ponham os seus cargos a disposição.

Excelências,
Continuamos acreditar neste país, mas ao mesmo tempo continuamos desesperados com a postura do nosso primeiro magistrado da Nação.
O último discurso do PR proferida na ANP foi um discurso de guerra e de afronta, o PR deveria aproveitar oportunidade histórica para fazer um discurso a altura do homem do Estado e não um discurso a favor da intriga e traição.
Quem ganhará com esta Guerra?
Se o Presidente da República, que deveria ser um arbitro, imparcial, unificador, é parte no conflito?
Aos políticos, gostaríamos de deixar bem claro que o povo guineense não permitirá que os interesses mesquinhos alterem o quadro, parlamentar, resultante da sua vontade expressa nas urnas, capaz descredibilizar o nosso sistema democrático que assenta na existência dos partidos políticos.
Está claro que o PAIGC venceu as eleições então o PAIGC deve governar, se não estaremos abrindo uma precedência grave.

Digníssimos,
Aproveitamos elogiar e encorajar o poder judicial. Existe um caminho limpo para que este sector, vital na vida duma sociedade moderna, se credibilize. Nós enquanto povo acreditamos conscientemente na justiça.

Caros irmãos,
Para terminarmos,
Por falta de uma solução democrática e legal para a actual crise política, o Movimento reafirma exigindo, mais uma vez, eleições gerais, legislativas e Presidenciais. Devendo o PR dissolver a ANP e pôr o seu cargo a disposição… Que o poder seja devolvido ao povo, já que não estão a fazer nada com ele.
Em democracia o povo é quem Ordena!

Casa dos Direitos, 28 de Abril de 2016.

O Movimento
 
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