Muitas vezes, o gosto pela arte e o talento no artesanato são herança familiar, passando de geração em geração. Crescer num ambiente de artesãos é um primeiro estímulo para gostar de arte.
Foi o que aconteceu com o jovem Mamadú Conte, que desde criança aprendeu a arte de esculpir em madeira. O seu trabalho consiste em fazer figuras com os variados tipos de madeiras, mas segundo Mamadú, Pó di Sangui é a madeira que mais lhe agrade talhar.
Aos sete anos, em Fariam, Mamadú Conte começou a aprender a arte das madeiras com um senhor que diz ser o seu mestre, mas cujo nome não se recorda. Ao completar onze anos, se trasladou para a capital do país, onde passou a vender as suas próprias figuras de madeira na Avenida Amílcar Cabral, na praça de Bissau.
– Estou aqui desde os onze anos, sempre vendo cá as minhas peças mas as coisas já não são como antes.
O jovem afirma que depois do 12 de Abril de 2012, as vendas decresceram bastante, ao ponto de vender três ou quatro peças diárias, quando já chegou a vender mais de dez em um só dia.
– Antes do golpe de Estado, vinham muitos turistas de vários cantos do mundo e sempre levavam peças que identificasse de alguma forma a Guiné-Bissau, o que era obviamente muito bom para nós. Agora, o que se ganha não é muito, mas sempre ajuda – explica.
Mesmo sendo uma forma legítima de sustento, a profissão de artesão não está regulamentada no país. Existe uma Associação de Artesãos Da Guiné-Bissau, a qual ainda não está legalizada, por falta de meios financeiros. Pelo espaço que ocupam para expor e vender as suas obras, os artesãos pagam uma taxa diária de 150 Francos CFA (aproximadamente 0,20€) à Câmara Municipal de Bissau.
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