Ao lado de São Tomé e Príncipe encontram-se o Burundi, os Camarões, o Chade, o Gana, a Mauritânia e a República Centro Africana.
O espectro da dívida tem vindo a ressurgir nos últimos anos em África, de acordo com os analistas, à medida que as nações sub-saarianas que conseguiram empréstimos baratos nos mercados globais enfrentam o colapso do preço das matérias-primas.
Segundo observadores contactados pela AFP, o regresso do problema constituiu uma surpresa após as medidas de alívio dos anos 2000.
A iniciativa internacional em favor dos Países Pobres Altamente Endividados (PPAE) reduziu muito significativamente entre 2000 a 2014 a dívida de 30 países africanos, fazendo diminuir, segundo um estudo do Tesouro francês, a sua dívida pública externa em média de 119% do produto interno bruto (Ao lado de São Tomé e Príncipe encontram-se o Burundi, os Camarões, o Chade, o Gana, a Mauritânia e a República Centro Africana.PIB) para 33%.
Libertados de boa parte daquele fardo, os Estados dispuseram de uma maior margem de manobra orçamental, o que lhes permitiu acelerar o crescimento já impulsionado pela alta do preço das matérias-primas.
Beneficiando de condições de financiamento favoráveis, os países voltaram a endividar-se.
De acordo com o Tesouro francês, 13 dos 30 países do PPAE "viram a sua dívida crescer mais de 10 pontos percentuais do PIB nos últimos cinco anos". A lista é liderada pelo Congo-Brazzaville (mais 25 pontos), seguido do Níger (+ 23) e do Malaui (+ 19).
Ainda assim, o organismo considera que não há risco a curto prazo de uma nova crise da dívida para a grande maioria dos países africanos.
O secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Carlos Lopes, lembra, por seu turno, que "a dívida pública total de África atingia 38% do PIB continental em 2014 contra perto de 111% para os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico)".
"O endividamento vai agravar-se nos países com um fraco nível de disciplina orçamental e naqueles que pediram emprestado excessivamente", considerou Carlos Lopes, apelando a cada um dos Estados para "reforçarem as suas capacidades de gestão da dívida" e informarem sobre como estão a usar os fundos emprestados.
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