No dia que em que se assinalou o Dia Mundial da Poesia (21 de março), a rua em frente à Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau transformou-se num autêntico palco para acolher o lançamento da segunda edição da antologia poética “Traços no Tempo”.
Sob a coordenação literária de Emílio Tavares Lima, poeta e mentor do projecto, a segunda edição de “Traços no Tempo” reúne poemas em língua portuguesa, crioulo e língua inglesa, da autoria de 46 jovens guineenses residentes na Guiné-Bissau e na Diáspora.
As dezenas de pessoas, incluindo personalidades da cultura e da política guineense que assistiram ao lançamento, puderam ouvir os jovens poetas declamarem alguns dos poemas que compõem a obra.
Segundo Emílio Tavares Lima, o desencanto é o traço comum das duas edições da antologia poética, cuja primeira edição foi lançada há 6 anos na Guiné-Bissau.
– Numa única palavra, o traço comum é o desencanto ao sonho do progresso da nação. O desencanto, o desalento, a promessa da construção de uma pátria, de um país desenvolvido – expressou o jovem poeta, em entrevista exclusiva à Conexão Lusófona.
Apesar desse sentimento, Emílio Tavares Lima afirma que “a esperança existe” e que cabe à nova geração fazer a mudança “para dar volta ao estado da nação” que não lhes agrada.
Enquanto o tema do desencanto tem sido uma constante em ambas as edições de “Traços do Tempo”, a representatividade feminina é uma crescente nesta última, contando com a participação de 12 poetisas.
Rita Ié, uma das jovens poetisas, mostrou-se satisfeita com participação das mulheres, esperando que “na terceira edição o equilíbrio seja mais notório e que venham mais mulheres”.
A segunda edição de “Traços no Tempo” contou com os patrocínios da Associação de Escritores da Guiné-Bissau, do Movimento Acção Cidadã e do Instituto Benten e financiamento da Embaixada de Portugal e do Instituto Camões.
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