Duas das mais representativas organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau, a Liga dos Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil, pediram hoje à classe política compromissos para resolver a crise política e evitar a via judicial.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, e o porta-voz do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que agrupa mais de 100 organizações), Mamadu Queitá, congratularam-se com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a ordem de substituição de 15 deputados no Parlamento.
Os dois dirigentes da sociedade civil guineense consideram, no entanto, que a solução da crise política passa pelo diálogo e por compromissos entre os actores políticos.
Tanto Mamadu Queita como Augusto Mário da Silva dizem que "já se previa" que o STJ, na função de Tribunal Constitucional, declarasse inconstitucional a decisão de substituição dos deputados, decretada pela comissão permanente do Parlamento guineense.
"Logo do início mostrámos as nossas dúvidas sobre a legalidade da decisão da comissão permanente", observou Mamadu Queita, corroborado por Augusto Mário da Silva, que lembrou que a sua organização "foi das primeiras" a considerar inconstitucional a medida.
"A Liga foi das primeiras organizações a pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade dessa decisão do Parlamento. Agora, a decisão do Supremo reflecte a realidade jurídica do país sobre a matéria", defendeu Augusto Mário da Silva.
Para a Liga dos Direitos Humanos e o Movimento da Sociedade Civil, o caminho agora é no sentido de o Parlamento aceitar o veredicto do STJ, reintegrar os 15 deputados nos seus lugares e ainda incentivar o diálogo entre a classe política.
Tem que haver compromisso político e cedência das partes, notaram os dois dirigentes, ambos juristas de formação.
Na busca de compromissos, o Movimento da Sociedade Civil tem previsto um encontro ainda hoje com a direcção do PAIGC, partido no poder.
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