Cerca de 20 manifestantes tentaram reunir-se ao final do dia na praça das Nações no centro de Casablanca, capital económica de Marrocos, para exigir a abertura de um inquérito, mas foram cercados pela polícia que confiscaram e destruíram os seus cartazes.
Entre os nomes marroquinos revelados nos "Papéis do Panamá" figura o do secretário particular do rei Mohamed VI, Mounir Majidi, como titular de duas sociedades 'offshore' com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e no Luxemburgo.
Diversos ativistas lançaram, a 06 de abril, uma página no Facebook apelando a protestos contra "o silêncio do governo" face à "riqueza saqueada de Marrocos e contra a impunidade dos crimes financeiros e económicos".
Uma coligação marroquina composta por cerca de duas dezenas de organizações de direitos humanos pediu ao governo a abertura de uma investigação sobre as personalidades do país referidas nos "Papéis do Panamá" numa carta aberta endereçada ao chefe do Governo, o islamita Abdelilah Benkirane.
Os "Papéis da Panamá" são a maior investigação jornalística da história, envolvem o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destacam os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' em mais de 200 países e territórios.
A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em 'offshores' e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
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