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Joseph Pulitzer

sábado, 23 de novembro de 2013

A deriva dum partido

 PAIGC
 A deriva dum partido

 

 Quem podia imaginar que o golpe de Estado do 12 de Abril de 2012 conseguiria com uma só estocada atingir dois alvos. O primeiro foi a desintegração do governo dirigido pelo PAIGC e a possibilidade deste partido, de mais uma vez ganhar as eleições interrompidas. O segundo foi a desorganização interna do PAIGC, que afinal não tinha estabilidade organizacional. 
 
O PAIGC foi desde a independência um partido bem estruturado, com uma hierarquia direccional bem definida e distinta. O que não impedia as guerras intestinais.



Com uma direcção vertical, permitia conhecer os futuros líderes, sem ter que passar por votos internos, com os seus vícios, como aliás se verificou na última década.

Se no seio do PAIGC houvesse uma disciplina partidária que permitisse não só condenar o golpe de 12 de Abril, como aliás aconteceu, mas também fazer prevalecer o seu estatuto de partido do poder, no poder, tendo em vista que tudo indicava que seriam vencedores do escrutínio passado, se este não fosse brutalmente interrompido.
 
Nessa conjuntura, a unidade partidária permitiria (com a imagem demonstrada) garantir uma vitória se um dia as eleições se realizassem.


A luta fratricida no seio mesmo do partido, que nos dá a entender que a busca do homem providente seria a solução, nos demonstra que afinal se trata dum golpe golpe interno entre aqueles que se julgam vencedores do próximo escrutínio, mesmo ao risco de dividirem o partido em duas ou mais partes, como aliás aconteceu com o partido de Bafatá e que culminou com a implosão do mesmo.
 
O PAIGC longe de poder ganhar as próximas eleições, ele risca uma implosão como uma estrela velha. Sem uma linha de conduta convincente, o povo que julgamos analfabeto , não é cego para detectar a ambição pessoal de certos, que no fundo pouco lhes importa a saída do caos.
 
A deriva do PAIGC nas águas turvas que o conduz para um abismo desconhecido, condena o país a encarar com desconfiança uma outra formação partidária, embora com conhecimento de causa que, o desafio será perdido d'avanço.


A emergência duma outra formação partidária com um homem providente seria uma utopia visto o carácter tribalistas que tem tomado as eleições no país.
 
As eleições de 24 de Março próximo, esconde um mistério que os guineenses detestam: ninguém se destaca como líder carismático, em quem podem confiar os destinos do país; ninguém aposta hoje com convicção num potencial ganhador.


Nenhuma eleição antes passou com tamanha incerteza.
 
(por: P.G. nov.2013)

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