ESTRATÉGIA DE DIVERSIFICAÇÃO
A eficiência económica só é possível com a melhoria da qualidade dos serviços públicos e a credibilidade das políticas públicas.
Se o dinheiro que se gasta com as importações, é superior ao que se ganha nas exportações, é óbvio que a balança comercial se torna deficitária. Para inverter essa situação é essencial ter uma balança comercial positiva, ou seja, um superávit comercial. Isso permite entrada de divisas no país através dos ganhos das exportações. E para que a balança comercial não seja afectada, é importante conhecer a taxa de câmbio utilizada para as pessoas comprarem moeda estrangeira, o preço dos produtos e serviços no exterior e no país.
É da responsabilidade do Estado, o papel estratégico na coordenação da economia nacional, corrigir as distorções existentes no mercado, fiscalizar e fomentar a poupança e garantir uma distribuição equitativa dos recursos. Como tal, deve orientar as reformas económicas para o mercado, incentivar a concorrência interna e preparar-se para o mercado internacional deveras competitivo. Isso, se se quer sair de debaixo da linha de água onde nos encontramos.
Para tal, o Estado deve criar zonas económicas prioritárias, zonas onde, a priori, exista maior interesse de investimento nacional. A política de contar somente com as suas riquezas minerais, não se tem revelado eficaz.
Num mundo global progressivamente mais competitivo, o desenvolvimento da área de serviços, isto é, a aposta numa Política industrial e tecnológica, a criação e coordenação de acções, envolvendo o sector público e privado, visando a promoção e o aumento da competitividade é um imperativo que não deve ser protelado.
A transformação passa obrigatoriamente pelo resgate da agricultura. Encontrando-se hoje tudo destruído no país, tem o governo numa primeira fase, que criar infra-estruturas e uma linha de crédito (entre 10.000 a 50.000 mil euros) a fundo perdido para incentivar aos empresários descapitalizados que apresentem projectos viáveis e queiram investir no sector, de forma a incentivar os jovens a regressarem ao campo.
Para tal é imprescindível o desenvolvimento de acções e programas que viabilizem a produção da agricultura familiar e rural, fomentar o escoamento e a comercialização desses produtos no mercado interno e externo, estimulando o uso de novas tecnologias sustentáveis e agro ecológicas. O cooperativismo da agricultura familiar deve ser incentivado, fortalecido e ampliado, com regras bem definidas, objectivos e metas a atingir.
A aposta na indústria de alimentos, bebidas, vestuário, móveis, electrodomésticos, informática, telecomunicação por satélites e produtos aeroespaciais, que exigem mão-de-obra altamente qualificada e vinculação estreita com grandes centros de pesquisa e universidades também deve ser encorajada.
O turismo é talvez dos sectores que mais tenha sofrido as consequências da prolongada instabilidade política, com reflexos na escassez de investimentos no sector, mormente na criação e melhoria de infra-estruturas de transportes, energia e comunicações.
Outro passo importante a não descurar passa pela promoção e aumento da competitividade. Ela deve ser acompanhada actualizando constantemente a tecnologia, investindo na formação da classe operária, desenvolvendo o mercado de capitais, flexibilizando o mercado de trabalho e garantindo linhas de crédito, com taxas de juros aliciantes para que as empresas se sintam estimuladas.
No nosso mundo subdesenvolvido, se não desenvolvermos o nosso próprio sector industrial diversificado, continuaremos incapazes de gerar o crescimento e alcançar o desenvolvimento económico. Os principais obstáculos têm sido a extrema dependência económica em que nos encontramos, a falta de competências organizacionais e de gestão, assim como a escassez de conhecimentos.
A diversificação industrial traz benefícios para a região, porque pode engendrar um tecido industrial mais rico, permitindo maior abertura às inovações e maior adaptabilidade às mudanças. Uma política industrial eficiente, deve-se pautar pela diversificação da produção e reduzir a excessiva dependência do exterior.
Pode-se gerar uma dinâmica de crescimento, alcançar o desenvolvimento económico e gerar emprego. Para que tal aconteça é imprescindível por conseguinte, identificar as necessidades de cada região, de cada tabanca, de forma a saber como investir e inovar com tecnologia social. A Política industrial, tem que ser permanente e continuamente actualizada.
Apostar na criação de parcerias entre empresas nacionais e estrangeiras (com regras bem delineadas), de modo a abrir o mercado ao capital estrangeiro. Uma boa parceria pode ser bastante benéfica e deve não apenas ser incentivada, como também controlada.
A superação requer investimento e mobilização de recursos para financiamento. Só uma estratégia de crescimento equilibrado pode possibilitar o país alcançar o sucesso e já é mais que tempo, de pôr mãos à obra.
(Otílio Camacho, dez 2014)
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