O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou hoje, em Bissau, que não se pode dar ao luxo de realizar na Guiné-Bissau um oneroso contrato de resgate bancário que só beneficiou os ricos e tem prejudicado os pobres, disse Félix Fisher em conferência de imprensa.
"Essa operação bancária, na nossa opinião, não resultou em nada. O
Governo comprou uma dívida dos riscos da praça publica que tinham
condições financeiras de as pagar e não o fizeram, prejudicando o
Estado. Saudamos o facto de atual Governo ter declarado nulo o oneroso
contrato de resgate bancário ( 5, 1/2 por cento do PIB)", disse Félix
em conferência de imprensa no Ministério da Economia e Finanças.
Uma missão do FMI visitou a Guiné-Bissau entre 13 e 26 de Setembro a fim
de levar a cabo as negociações sobre a primeira é segunda avaliação do
programa ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargada. O programa visa à
consolidação da posição orçamental através de uma melhor gestão da
despesa e de uma maior mobilização de recursos, reformas institucionais
aprofundadas e do desenvolvimento do sector privado para apoiar o
crescimento e a criação de emprego.
Uma providência cautelar
entretanto interposta e decretada pelo Tribunal suspendeu o resgate
bancário até à sentença a proferir quanto à validade deste salvaguarda
das finanças públicas.
Para o Fundo Monetário Internacional, a
situação da segurança permaneceu estável no decurso dos últimos seis
meses. Uma boa campanha de caju forneceu liquidez à economia e trouxe um
alívio muito necessário aos inúmeros pequenos proprietários de terra
espalhados pelo país.
FMI considera que as perspectivas
económicas a curto e médio prazo continuam positivas. Embalados pelo
aumento de preços no mercado global, espera-se que o rendimento da
campanha de caju aumente ainda mais em 2016 e que o crescimento se cifre
perto dos 5% também em 2016.
A inflação dos preços ao consumidor que estava em média nos 1 por cento em 2015 deverá continuar a manter-se baixa.
A missão congratula-se com a decisão do Governo liderado por Baciro Djá
de vender parte da Madeira apreendida, o que será para o governo uma
receita importante para colmatar o fosso orçamental em 2016.
As
projecções para 2017, de acordo com FMI, contemplam um endurecimento da
posição fiscal, que será apoiada por fortes mobilizações de receita e
uma despesa criteriosa. Este facto será sublinhado pelo contínuo reforço
da administração tributária e dos procedimentos de gestão de finanças
públicas.
Uma vez assente o atual impasse político, será
fundamental para o Parlamento, que este aprove os orçamentos de 2016 e
2017 alinhados à necessária consolidação orçamental a médio prazo, bem
como Leiria da Dívida Pública que melhore a sua regulação.
FMI
fez saber que as negociações sobre medidas fiscais necessárias para
colmatar o fosso fiscal de 2016, que são necessárias para dar por
completas estas avaliações, encontram-se em fase avançada e continuarão
em Outubro em Washington durante as reuniões anuais do FMI.
(in: R.Jovem)
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