O tribunal de Nova Iorque que está a julgar o ex-chefe de Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau Bubo Na Tchuto, que confessou crimes de tráfico de droga em maio de 2014, adiou a leitura da sentença para 04 de outubro.
A sentença deveria ser conhecida a 29 de
setembro, mas o juiz aceitou o pedido de adiamento do advogado de defesa
de Na Tchuto, Patrick Joyce.
"O nosso gabinete apenas recebeu o relatório pré-sentença com as
revisões definitivas a 06 de setembro. Para preparar para a sentença,
preciso de reunir-me com o meu cliente para rever o relatório e, como
ele apenas fala crioulo português, tenho de coordenar esta visita com o
tradutor", justificou o advogado na carta ao juiz, consultada pela Lusa.
Com a leitura da sentença marcada sem o caso ir a julgamento, é certo
que o ex-militar guineense negociou um acordo com a acusação, como já
acontecera com outros acusados no mesmo caso.
Bubo Na Tchuto foi capturado pelos Estados Unidos numa ação antidroga
em 2013 e confessou os crimes no ano seguinte, bem como outros três
homens que foram detidos com o guineense.
No entanto, ao contrário destes outros homens, que conheceram a sua
sentença meses depois de confessarem, o ex-militar ainda não foi
sentenciado e o seu caso está selado no tribunal onde decorre.
Na altura da confissão, uma fonte ligada ao processo disse à Lusa que
o ex-militar tomou essa decisão para conseguir uma redução da pena, que
pode ir até à prisão perpétua.
Tchamy Yala foi condenado a cinco anos de prisão, Papis Djeme foi
condenado a seis anos e meio de prisão e Malam Mane Sanha já cumpriu os
36 meses de pena e foi deportado no final do ano passado para Portugal,
por ter nacionalidade portuguesa e guineense, mas ter usado o passaporte
português no processo de deportação.
Em abril de 2103, Na Tchuto e os companheiros foram detidos em águas
internacionais, ao largo de Cabo Verde, por uma equipa da agência de
combate ao tráfico de droga norte-americana.
Segundo a acusação, Na Tchuto cobrava um milhão de dólares
norte-americanos por cada tonelada de cocaína da América do Sul recebida
na Guiné-Bissau.
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