O Instituto de Defesa Nacional (IDN) da Guiné-Bissau pretende promover o diálogo entre militares e civis, visando "derrubar as clivagens" que ainda persistem entre as duas classes, anunciou hoje o presidente do organismo, Terêncio Mendes.
O IDN vai organizar
durante quatro dias uma ação de formação, a terceira deste ano,
orientada por especialistas do Centro de Relações Civil-Militar de
Monterrey, do estado norte-americano da Califórnia.
É a segunda vez que o centro americano
dirige um seminário do género na Guiné-Bissau, a convite do IDN do
guineense, desta vez para cerca de 40 pessoas, entre civis e militares.
"O seminário visa sobretudo promover a concórdia, o entendimento e a
harmonia entre civis e militares, pois são ambos filhos da mesma pátria.
Se faltar esse entendimento, o país ressente-se", assinalou o
presidente do instituto.
Os trabalhos incluem um debate sobre o
papel dos militares num estado de direito democrático e como estes se
devem relacionar com os civis e vice-versa, naquilo que diz ser uma
"aproximação salutar".
No último ano, foram promovidas visitas a
hospitais e centros de acolhimento de crianças carenciadas e para breve
prevê-se o envolvimento de militares nas atividades de algumas escolas e
universidades em Bissau.
"As relações estão a melhor, mas ainda
não estamos no nível desejado. No passado as relações entre os civis e
militares foram marcadas por crispação, o que é normal, tendo em conta
que o país viveu momentos de muita convulsão", defendeu Terêncio Mendes.
A Guiné-Bissau viveu uma guerra civil que envolveu as forças militares entre 1998 e 1999.
Os militares têm também interferido no processo político, como
aconteceu no golpe de estado de 12 de abril de 2012, que levou a um
período de transição governamental de dois anos.
(DW)
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