“Tivemos a oportunidade de passar em revista a intensa cooperação entre os dois Estados em matéria de língua portuguesa. Portugal está constantemente envolvido no esforço que Timor-Leste tem vindo a fazer na área da divulgação e da aprendizagem da língua portuguesa”, disse à Lusa a secretária de Estado.
Teresa Ribeiro e o Ministro da Educação timorense, António da
Conceição, reuniram-se hoje no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em
Lisboa.
De acordo com a secretária de Estado, até hoje, Portugal cooperou
para “a formação de cerca de nove mil professores e está empenhado em
continuar essa formação, nomeadamente para mais 4.200 professores” de
língua portuguesa.
“Isso significará, nomeadamente, a utilização de novas tecnologias de formação à distância”, declarou a secretária de Estado.
De acordo com Teresa Ribeiro, foi abordado no encontro “a
possibilidade de produção de conteúdos para a difusão na televisão de
Timor-Leste, conteúdos de natureza educativa que possam também ter uma
função de alicerce na aprendizagem da língua”.
“Tencionámos manter esta cooperação com Portugal no que diz respeito à
divulgação da língua portuguesa. Timor-Leste está num processo de
realização de um congresso de consenso nacional para a manutenção e
divulgação da língua portuguesa. Contamos com o apoio de Portugal para
esta questão”, referiu António da Conceição.
“Parece-me uma questão essencial a eventual participação, onde
estarei com todo o gosto e será um privilégio para Portugal, no
congresso sobre o consenso da língua portuguesa em Timor-Leste (a ser
realizado no final do ano), assim como a possibilidade de a CPLP
(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) estar associada a essa
iniciativa, na medida que a língua portuguesa é um bem comum dos países
da organização”, sublinhou a secretária de Estado.
Para Teresa Ribeiro, essa iniciativa é importante, sobretudo porque
neste ano a CPLP comemora os seus 20 anos, haverá ainda uma cimeira do
bloco lusófono (no Brasil, em novembro) e a adoção de uma nova visão
estratégia para a organização.
António da Conceição referiu ainda que o objetivo é alargar a
cooperação no âmbito da língua portuguesa no sistema de ensino
timorense.
“Queremos estender o ensino do português até ao 12º ano, isso
significa que teremos que continuar com essa cooperação nos demais cinco
anos de escolaridade”, disse, acrescentando que, futuramente, vão
colher os resultados desta cooperação.
O ministro da Educação timorense disse que os problemas remanescentes
com os professores das escolas de referência estão a ser resolvidos,
nomeadamente salários e subsídios complementares que já foram pagos.
Os Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE), conhecidas como
escolas de referência, são o elemento mais importante do programa de
apoio ao ensino do português em Timor-Leste, abrangendo mais de 7.000
alunos do ensino pré-escolar e básico.
Uma escola "CAFE" em Timor Leste |
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