A providência cautelar do Governo, patrocinada por dois advogados, deu entrada no cartório do Supremo Tribunal Administrativo, em Bissau, no dia 15 de agosto e duas semanas depois os causídicos do Parlamento responderam à diligência.
No texto, refere-se que o
primeiro-ministro, Baciro Djá, entregou cópias do programa do executivo
ao presidente do Parlamento no dia 24 de junho e perante o silêncio
deste, Djá teve que protestar por escrito no dia 22 de julho.
Diz-se ainda no requerimento do Governo que o primeiro-ministro fez
tudo no sentido de ver o Parlamento a agendar a discussão do documento,
em sessão plenária, nos passados dias 28 e 29 de julho para que se
pudesse respeitar o prazo legal que manda que assim seja até 60 dias
depois da entrada em funções do executivo.
"Todavia, (o Governo) não logrou conseguir demover o presidente do
Parlamento na sua deliberada intenção e estratégia de obstaculizar e
inviabilizar, ardilosamente a apresentação e submissão à votação do
programa do Governo, no prazo legal", lê-se na petição assinada pelos
advogados do executivo.
A intenção de Cipriano Cassamá - sustentam os advogados - é levar o
Governo a entrar na ilegalidade e desta forma motivar a sua demissão por
parte do Presidente guineense, José Mário Vaz Pedem ao Supremo Tribunal
Administrativo que obrigue Cipriano Cassamá e ao próprio Parlamento que
convoquem a plenária dos deputados para que o primeiro-ministro possa
apresentar o seu programa de ação.
Em nota ao tribunal a que a Lusa também teve hoje acesso, os
advogados do Parlamento guineense pedem o "indeferimento liminar" da
providência cautelar que consideram ser ambíguo, por intimar Cipriano
Cassamá e o hemiciclo, extemporâneo sobre o que se pretende acautelar e o
efeito do mesmo e ainda por configurar uma violação da Constituição,
dizem.
"Se o tribunal ordenar ao Presidente do Parlamento que agende a
sessão extraordinária para discussão do programa do Governo, nas atuais
circunstancias de impossibilidade de reunião e promoção devidas, pela
comissão permanente, estará a ordenar que o presidente do Parlamento
viole a Constituição da República", consideram os advogados.
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