O representante da União Europeia na Guiné-Bissau, o português Vítor Madeira dos Santos manifestou-se hoje preocupado com as informações sobre um alegado plano para prender e destituir o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá.
Vítor Madeira dos Santos assinalou
que a comunidade internacional "estará atenta" por estar preocupada com a
"contínua onda de rumores" que, afirmou, impedem a Guiné-Bissau de
terminar o ano com serenidade e confiança no futuro.
O alegado
plano foi denunciado na terça-feira em Bissau por Nuno Nabian, candidato
derrotado na segunda volta das últimas eleições presidenciais
guineenses e atual líder da Assembleia do Povo Unido - Partido
Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
Segundo Nabian, o plano
estaria a ser orquestrado pelo Governo e passaria pela detenção de
Cassamá que seria destituído para dar lugar a uma nova liderança no
Parlamento para desta forma facilitar a aprovação do programa de ação do
executivo do primeiro-ministro Umaro Sissico Embaló.
Quatro dos
cinco partidos no Parlamento não reconhecem o atual Governo e prometem
não aprovar o seu programa no hemiciclo bem como o Orçamento Geral do
Estado, situação que poderia levar o chefe do Estado guineense, José
Mário Vaz, a demitir a equipa de Sissoco Embaló.
A Constituição
guineense dá até 60 dias ao primeiro-ministro para que faça aprovar o
seu programa de ação e o Orçamento Geral no Parlamento caso contrário o
Governo é demitido pelo chefe do Estado.
Para dar conhecimento
sobre a alegada ameaça de que é alvo, o presidente do Parlamento
guineense, Cipriano Cassamá reuniu-se hoje com os representantes da
comunidade internacional e com a Liga dos Direitos Humanos.
Em
nome da comunidade internacional, o representante da União Europeia
disse terem sido informados por Cassamá sobre a denúncia feita por Nuno
Nabian da qual tomaram nota e prometem acompanhar o evoluir da situação.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva,
disse que a sua organização vai continuar a monitorar a situação e
espera que a denúncia, por ser pública, deve merecer a investigação por
parte do Ministério Público.
Um porta-voz do presidente do
Parlamento guineense, Inácio Tavares, responsabilizou, na quarta-feira, o
chefe do Estado, José Mário Vaz, de ser o autor do suposto plano de
detenção e destituição de Cipriano Cassamá.
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