O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse hoje em comunicado que partilha a preocupação da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) com a situação política na Guiné-Bissau.
"O
secretário-geral partilha a preocupação expressada pelos chefes de
Estado e de Governo da CEDEAO com a prolongada crise institucional e
política na Guiné-Bissau, que continua a ter um impacto negativo
nas pessoas do país", lê-se no comunicado da ONU. No final de
uma cimeira no sábado passado, os líderes da África Ocidental
instaram o Presidente guineense, José Mário Vaz, "para que se
conforme aos dispositivos do Acordo de Conacri", instrumento
patrocinado pela CEDEAO e com o qual a organização acredita que a
Guiné-Bissau poderá sair da crise política que conhece há mais de
ano e meio. O Acordo de Conacri visa a formação de um Governo cujo
primeiro-primeiro seria uma figura de consenso e que tenha a
confiança do Presidente guineense.
No entanto, quatro das cinco
formações políticas com assento parlamentar não reconheceram
Umaro Sissoco Embaló, chefe do executivo proposto por José Mário
Vaz. No comunicado, Ban Ki-moon pede "à liderança política da
Guiné-Bissau que demonstre o compromisso e boa-vontade necessários
para atingir uma solução política duradoura para a crise no pais,
com base no Roteiro da CEDEAO e no Acordo de Conacri." O
diplomata refere-se ainda à saída da missão da CEDEAO do país,
planeada para o primeiro quarto de 2017, dizendo ter "a
esperança de que tal retirada esteja contingente das pré-condições
estipuladas no Mapa da CEDEAO e em articulação adequada com os
outros parceiros internacionais, incluindo as Nações Unidas".
O Presidente da Guiné-Bissau pretendia reunir-se na terça-feira com
os cinco partidos com representação parlamentar e os titulares dos
órgãos de soberania, mas três partidos com assento no Parlamento
(PAIGC, PCD e UM) não estiveram no encontro, bem como a direção do
hemiciclo. No final, José Mário Vaz instou a classe política a
abraçar o seu repto para "um diálogo nacional" se os
guineenses quiserem "salvar o país e encarar o futuro com
confiança".
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