O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, mostrou-se hoje perplexo com as declarações do chefe do Estado, José Mário Vaz, que disse que apesar de ter poderes de mandar matar ou espancar cidadãos nunca o faria.
Segundo o líder da Liga dos Direitos Humanos, o Presidente guineense afirmou, em declarações por ocasião da festa do seu aniversário no passado fim-de-semana, que durante o seu mandato «ninguém será assassinado ou espancado por ordens do Presidente».
Reagindo às declarações de José Mário Vaz, o presidente da Liga disse ter ficado perplexo e indignado, lembrando que a Constituição guineense «em nenhum momento deu esses poderes ao chefe do Estado».
«As declarações do Presidente da Republica deixaram-nos, a todos, perplexos. Ouvir o chefe do Estado a afirmar que tem poderes para mandar matar, mandar espancar ou deter os cidadãos mas que não fazia nada disso porque não quer, é preocupante», defendeu Augusto da Silva.
Falando em crioulo aos jornalistas à margem de um conferência sobre a impunidade na Guiné-Bissau que hoje teve lugar no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP),em Bissau, o dirigente da Liga dos Direitos Humanos disse esperar por um esclarecimento do Presidente guineense «para perceber melhor» o que José Mário Vaz quis dizer.
O dirigente da Liga frisou que os poderes do Presidente da República «estão balizados pela Constituição» do país mas em nenhum momento se vê que o chefe do Estado pode mandar matar, prender ou espancar o cidadão.
«No caso concreto da Guiné-Bissau a entidade Estado não pode mandar matar», sublinhou Augusto da Silva.
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