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Joseph Pulitzer

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O QUE É URGENTE FAZER

 Como é possível apoiar, defender, justificar o processo, a prática decorrente e futuras consequências para um país que se chama Guiné-Bissau, quando temos há mais de um ano, um grupo de indivíduos em processo de gestão ad hoc, a que chamam governo de transição.

Dois governos fantoches gerados num golpe e várias vezes recorrendo a balões de oxigénio de oportunismo da classe política, sem qualquer alternativa, para uma melhor orgânica do país, qualquer alternativa para um melhor desenvolvimento económico ou melhoria das condições de vida da população.
Mesmo sob o ponto de vista estritamente militar, está também demonstrado que as FA não tinham qualquer projecto.
Exactamente isto. Um golpe que nada teve a ver com o próprio país, nem do ponto de vista militar, nem política, ou economicamente falando. Um golpe perpetrado por indivíduos, que estando alguns em estado de indiciados como narcotraficante, em conjugação com corruptos, que não sei se deva chamar de políticos, pois desta prática não têm absolutamente nada.

Chegado aqui, penso também que houve um erro crasso por parte do governo legal e de direito, pois o processo eleitoral tinha sido interrompido pelo golpe (e embora em situação delicada pelos acontecimentos imediatamente anteriores da presidência da republica), quando Carlos Gomes foi forçado a abandonar o país, em face aos acontecimentos, a espinha dorsal do governo devia, obviamente, acompanhá-lo e assumir o estatuto de ‘governo no exílio’. Como as coisas decorreram, deixaram as portas abertas a todo o tipo de convivências de ocasião, e o desnorte dos membros que ficaram no território, quase na condição de reféns.


Entretanto já passaram 15 meses. O país está num estado de degradação em todas as áreas. A soberania está mais que hipotecada. O povo não tem qualquer estrutura social fiável em que se apoiar.
O que se pode esperar de um país que os sectores principais de uma sociedade não funcionam e num estado total de falência e autodestruição?
Basta falar na saúde, educação, comunicações, electricidade, até da comunicação social, independentemente da sua opção política.
Dizem que no fim-do-ano vai haver eleições. Será que se vão realizar?
Um partido com uma herança histórica, parece que ainda não se refez. Outro, enquanto apoiante e gerador do próprio golpe, parece que nele se reforçam alguns indícios de tribalismo, na alternativa às incapacidades demonstradas até agora.

Os próprios guineenses, será que não considerarão que já é tempo de deixarem-se de discutir, analisar etc., as figuras de cartaz do golpe, e passarem, ao fim deste tempo após golpe, a contribuir para a discussão, sobre um Estado de Direito que se impõe, os problemas sociais dos quais a população está sequestrada pela omissão?

Estará a ‘elite’ politizada e honesta, politicamente preparada para as eleições?
Tem, esta, feito o trabalho de casa, que não se limite a conferências, palestras, etc. (que importantes, mas não chegam de per si)?
Tem enviado os seus ensinamentos, as suas propostas concretas de alternativa, etc., para o interior do país de forma a ser apreciado pela população, dando-lhe a esperança e a vontade de envolverem-se para algo melhor, levando-as a prepararem-se para o combate político, com regras que não sejam as dos inimigos do povo?

A pergunta é: Por parte dos patriotas, está a ser feito o que deve ser feito e que é urgente fazer-se?

Carlos Filipe, Julho 2013

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