O programa de apoio à comunicação social em Timor-Leste, desenvolvido pela cooperação delegada pela União Europeia em Portugal, terminou hoje após quatro anos com acções de formação a quase 150 formandos e diversos projectos de fortalecimento do sector.
Em quatro anos, quase 150 formandos receberam mais de 2.500 horas de formação em língua portuguesa, escrita jornalística e jornalismo de televisão, entre outras áreas, segundo dados hoje revelados em Díli, na cerimónia que assinalou o fim do programa.
Foram realizadas 12 acções de formação técnico-profissional especializada para 140 formandos em Díli, dois 'workshops' sobre interacção com os meios de comunicação e formações na Lusa TV, SIC e RTP, entre outras acções de formação.
O programa entregou ainda uma biblioteca especializada em comunicação social com 735 livros à Universidade Nacional Timor Lorosa`e, promoveu um semestre de intercâmbio entre esta entidade e a Universidade Católica portuguesa e contactos com outras entidades de ensino em Portugal.
Além disso, deu apoio à organização de um espaço de arquivo e de uma equipa de técnicos especializados no arquivo da Rádio e Televisão de Timor-Leste, tendo entregue um sistema completo de digitalização audiovisual.
Por outro lado, o programa apoiou a preparação da lei da comunicação social e do estatuto do Conselho de Imprensa e realizou vários encontros nacionais e internacionais em áreas como rádios comunitárias e agências de notícias.
Sylvie Tabesse, responsável da missão da União Europeia (UE) em Timor-Leste, recordou que o acesso à informação é "uma componente essencial da estratégia de desenvolvimento económico e democrático" com a "liberdade de imprensa a reduzir os riscos de abuso de poder".
"Os meios de comunicação social mantêm-nos melhor informados, abrem portas ao debate público e promovem a transparência, contribuindo para o progresso económico e social", disse.
"Com este papel importante vem uma grande responsabilidade: os meios de comunicação social devem operar de forma ética e responsável", sublinhou.
Nélio Isaac, secretário de Estado da Comunicação Social de Timor-Leste, também destacou o papel dos meios de comunicação social no fortalecimento da democracia timorense.
Na sua intervenção, sublinhou os esforços do Governo para apoiar a comunicação social, incluindo através da lei de regulação do sector, e sublinhou que formação técnica, formação em língua portuguesa e outros aspectos continuam a ser essenciais para fortalecer o sector da comunicação social.
Isaac saudou o apoio do Instituto Camões, de Portugal e da União Europeia, bem como dos técnicos que participaram no programa ao longo dos últimos anos.
Iniciada em 2012, a iniciativa insere-se no Programa de Apoio à Governação Democrática de Timor-Leste que, neste caso, como na área da justiça, está a ser desenvolvido através do modelo de cooperação delegada pela União Europeia em Portugal, nomeadamente, no Instituto Camões.
As actividades centraram-se em cinco campos de acção: apoio à elaboração de legislação para a regulação do sector da comunicação social no país, preparação de mecanismos de auto-regulação da actividade jornalística, formação especializada para jornalistas e profissionais dos meios de comunicação social, produção e difusão de campanhas de informação pública sobre o papel das instituições do sistema democrático e a implementação de um sistema de digitalização do arquivo audiovisual na Rádio e Televisão de Timor-Leste.
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