A recessão no Brasil e a descida dos preços das matérias-primas provocaram a queda, em 27,5 por cento, das trocas comerciais com os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), de acordo com os dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC).
A comparação dos dados de exportação e importação do Brasil em 2014 e 2015 mostrou que o arrefecimento da economia local provocou uma queda acentuada das trocas comerciais do país com os outros membros da comunidade no ano passado.
Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento e do Comércio Exterior (MDIC), o Brasil reduziu 37,5% de suas compras totais de produtos de valor agregado (básicos, semi-manufaturados, facturados e industrializados) vendidos pelos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O montante investido pelo país com importações caiu para 1,2 mil milhões de euros (1,4 mil milhões de dólares) em 2015 face aos 1,9 mil milhões de euros (2,2 mil milhões de dólares) no ano anterior.
Fazendo um resumo dos principais parceiros, a redução das importações de mercadorias de Portugal foi de 26,1% e de Angola 97,1%, havendo a registar um crescimento de 85,5% nas compras a Moçambique.
Os produtos mais comprados no período foram azeite de oliva, peças de aviões e helicópteros, carvão, frutas, bacalhau e vinhos.
As exportações brasileiras totais de produtos de valor agregado para os membros do CPLP registaram um recuo de 33,9%, pior resultado da série histórica iniciada pelo MDIC em 2000.
As vendas somaram 1,4 mil milhões de euros (1,6 mil milhões de dólares) frente ao montante anterior de 2,1 mil milhões de euros (2,4 mil milhões de dólares).
Assim, o intercâmbio comercial do Brasil com Portugal recuou 22,4%, com Angola caiu 48,6%, já com Moçambique cresceu 8,2%.
Os produtos mais vendidos foram óleos brutos de petróleo, milho, frango, ferro e açúcares.
Os números negativos das actividades brasileiras na CPLP foram impulsionados pelo cenário interno do país, que entrou em recessão no ano passado.
A inflação cresceu 10,67% e a taxa de desemprego também está acima dos 10%, o que adensa os aspectos negativos da recessão que o país enfrenta neste e no último ano, com uma quebra da actividade económica a rondar os 4% estimulando uma subida da taxa dos juros ao consumidor, a Selic, hoje em 14,25% ao ano.
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