Portugal e Cabo Verde assinaram hoje, na cidade da Praia, um protocolo de cooperação no domínio da qualidade, abrangendo a formação profissional, edição e publicação de documentos técnicos e realização de eventos no sector.
O protocolo foi assinado entre o presidente da Associação Portuguesa para a Qualidade (APQ), António Pires, e o seu homólogo cabo-verdiano, Adalberto Vieira, durante uma conferência realizada na capital cabo-verdiana sobre os modelos comparados de qualidade e inovação.
No evento, aberto pelo presidente da Fundação Amílcar Cabral e ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires, o presidente da APQ abordou o caso do Modelo de Excelência da Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade (EFQM).
Em relação ao protocolo, António Pires disse que vai ao encontro da política da direcção, que é de explorar a língua portuguesa, e a APQ, com quase 50 anos de existência, poderá oferecer a Cabo Verde o conhecimento e a sua experiência acumulada.
"A língua portuguesa é um outro grande desígnio porque entendo que constitui um factor de competitividade muito importante, mas queremos que esta informação técnica e científica também chegue a todas as partes do mundo. Nós podemos criar muitas sinergias e tirar muitas vantagens da língua", salientou.
Tal como o seu homólogo cabo-verdiano, o presidente da APQ defendeu a criação de uma Federação das Associações de Qualidade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para vencer desafios comuns e estreitar ainda mais os laços de amizade e cooperação.
"Parece-me viável porque pode ajudar a materializar alguns projectos que possam ser do interesse comum, como está a acontecer na área empresarial e noutras áreas. Aí continuamos a usar o nosso grande factor de competitividade que é a língua portuguesa", referiu António Pires, referindo ao exemplo de um prémio de qualidade existente junto dos países de língua espanhola.
Em relação a Cabo Verde, o líder associativo português disse que está a evoluir, com mais realizações, mais empresas que implementam os sistemas, mais iniciativas e mais consciência das pessoas sobre as questões de qualidade na melhoria das organizações e das empresas.
O presidente da Associação Cabo-verdiana da Qualidade (ACQ), Adalberto Vieira, disse que o protocolo é "um grande passo" que vai permitir "beber da experiência" da congénere portuguesa e estar melhor preparada para implementar a suas acções anuais.
Numa primeira fase, indicou, a ACQ, com seis meses de existência, vai divulgar o Modelo de Excelência da EFQM, dar formação aos avaliadores e fazer com que o modelo europeu seja aplicado no país.
O presidente da ACQ disse que Cabo Verde já fez muita coisa no que diz respeito à qualidade, sobretudo na áreas alimentar e da prestação de serviços públicos, mas que ainda poderá fazer "muito mais" com a ajuda de parceiros como a APQ para incrementar a competitividade da economia do país.
O protocolo entre as duas instituições tem a duração de dois anos, e é renovável por iguais períodos caso não seja denunciado por qualquer das partes.
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