Os trabalhadores reclamam o pagamento de salários e subsídios em atraso que, segundo Bacar Dolé, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Radiodifusão Nacional, já ascendem a cerca de 152 mil euros.
 Os funcionários da Radiodifusão Nacional (RDN) da Guiné-Bissau iniciaram
 uma greve de trinta dias e ameaçam não trabalhar durante a campanha 
eleitoral para as eleições gerais de abril, disse o presidente do 
sindicato Bacar Dolé.
De acordo com o presidente do comité sindical da estação estatal guineense, o Governo de transição comprometeu-se há cerca de um ano a pagar a dívida de forma faseada, mas não cumpriu.
"Estamos 
sem paciência. Ou o Governo paga as dívidas na íntegra ou então não 
levantamos a greve", avisou Bacar Dolé, lembrando que a paralisação da 
RDN pode afetar negativamente a campanha eleitoral.
A lei 
guineense determina que os candidatos às eleições presidenciais e os 
partidos devem utilizar a RDN para a propaganda eleitoral e ainda que a 
estação é obrigada a cobrir a campanha.
"Sem o pagamento das 
dívidas, não vamos fazer os tempos de antena, nem cobrir a campanha 
eleitoral", enfatizou Bacar Dolé, apresentando outros pontos que 
motivaram a greve.
O sindicato exige que sejam efetivados os 
funcionários estagiários há mais de 10 anos, a mudança de letra dos 
quadros da estação, que não acontece desde 1992, e ainda a melhoria de 
condições de trabalho.
Bacar Dolé disse que a RDN, apesar de ser 
uma estação do Estado, controlada pelo Governo "não tem as mínimas 
condições" de trabalho, o que, defendeu, não pode continuar.
Durante
 os dias da greve haverá um serviço mínimo que será consagrado a cinco 
minutos de noticiário internacional de quatro em quatro horas, assinalou
 Bacar Dolé, esclarecendo também que, desta vez, a paralisação da RDN 
não afetará as emissões da RDP-África, RTP-África e Radio França 
Internacional.
Ao abrigo de acordos, as três estações 
internacionais têm os seus emissores instalados nas dependências da RDN 
em Nhacra, a 40 quilómetros de Bissau, e de cada vez que havia uma greve
 na estação pública guineense os sinais dos três órgãos desaparecia por 
ausência do funcionário responsável pelos geradores de eletricidade.
Também de greve estão os funcionários da Televisão da Guiné-Bissau desde dia 13.
A
 greve, que deve terminar a 13 de março, serve para exigir do Governo o 
pagamento de salários em atraso e melhorias de condições laborais.

 
 
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