Sobre
 a nova data das eleições (atualmente marcadas para 16 de Março), o 
líder do PAIGC sugeriu na última semana ao Presidente de transição, 
Serifo Nhamadjo, o adiamento para 04 de Maio
O
 presidente do PAIGC excluiu hoje o apoio do partido a Carlos Gomes 
Júnior, ex-líder da força política e primeiro-ministro deposto em 2012, 
como candidato presidencial nas eleições gerais deste ano na 
Guiné-Bissau. 
"Quando falo nos candidatos presidenciais, não estou a incluir Carlos
 Gomes Júnior", referiu Domingos Simões Pereira, presidente do Partido 
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), à agência Lusa.
 
"Eu sei que isso pode suscitar algum mal-entendido, mas é preciso 
sermos realistas", acrescentou, considerando que o antigo líder só deve 
regressar à Guiné-Bissau "num quadro de normalidade", com "segurança e 
tranquilidade de todos os atores políticos". 
Ao mesmo tempo que era primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior venceu a
 primeira volta das eleições presidenciais quando se deu um golpe de 
Estado militar que o depôs em abril de 2012 e o obrigou a viver em 
Portugal e Cabo Verde. 
Já este ano, escreveu uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas
 em que pediu condições de segurança para voltar ao país, depois de ter 
anunciado que pretende candidatar-se às próximas eleições presidenciais.
 
A carta surgiu após forças de segurança e militares guineenses terem 
mandado parar viaturas diplomáticas e terem ameaçado invadir instalações
 das Nações Unidas com a justificação de que procuravam Carlos Gomes 
Júnior. 
"É um caso especial que precisa de ter um tratamento diferente junto 
de outras instâncias", sublinhou o novo presidente do PAIGC. 
O partido define a partir de quinta-feira quem vai apoiar como 
candidato presidencial nas eleições gerais na Guiné-Bissau: o processo 
arranca com reuniões "do ‘bureau político' e do comité central em que 
ficarão estabelecidos os critérios para a seleção do candidato", 
explicou Domingos Simões Pereira. 
Haverá depois uma nova reunião daqueles órgãos dirigentes para 
escolher o nome que deverá ser anunciado "na próxima semana", 
acrescentou. 
"Há várias intenções de candidatura e deverá estar salvaguardada a 
qualidade necessária", referiu, sem arriscar nomes, sendo certo que será
 um militante do partido, como definido nos regulamentos internos. 
Sobre a nova data das eleições (atualmente marcadas para 16 de 
março), o líder do PAIGC sugeriu na última semana ao Presidente de 
transição, Serifo Nhamadjo, o adiamento para 04 de maio de maneira a 
acautelar alguns prazos legais. 
 "Quando fomos consultados fizemos sempre referência à lei eleitoral e ao
 dispositivo constitucional", no entanto, segundo Simões Pereira, 
Nhamadjo já anunciou ter liberdade de marcação, justificando-a como "uma
 prorrogativa que o Supremo [Tribunal de Justiça] entende estar à 
disposição do Presidente" em tempos atípicos. 
(in: lusa)
 
 
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