O enviado especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, defendeu ontem a necessidade de uma iniciativa para promover o diálogo e o entendimento para estabilizar o país.
Em declarações à Rádio ONU, a partir de Bissau, Miguel Trovoada disse que uma das prioridades junto das autoridades guineenses tem sido apoiar a comissão de diálogo criada no Parlamento.
“Tudo deve ser feito para que as autoridades nacionais estabeleçam uma plataforma de diálogo e entendimento sem o qual não é possível encontrar a estabilidade e a paz social para o país realmente avançar, consolidar o Estado de direito e as instituições democráticas e implementar os programas de desenvolvimento”, disse Miguel Trovoada.
Miguel Trovoada disse que várias tarefas planeadas com as autoridades guineenses não avançaram durante os dois meses de tensão política após o afastamento, em Agosto, do então primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.
O antigo Presidente de S. Tomé e Príncipe alertou que “as causas profundas da instabilidade não foram removidas” e apelou à ONU, à comunidade internacional e a todos os parceiros da Guiné-Bissau para promoverem o diálogo entre as elites políticas guineenses a fim de ultrapassar as diferenças e divergências que existem nos órgãos do poder.
O enviado da ONU sublinhou que cabe aos guineenses criar as condições para a normalização do país. “Não somos nós, as Nações Unidas, ou a comunidade internacional, que vai trazer a paz à Guiné-Bissau. É o povo guineense, são os seus dirigentes que devem perceber que é primeiro do interesse deles criar as condições de desenvolvimento do país”, assinalou o enviado da ONU.
Outra das prioridades, disse, é alinhar os objectivos da comunidade internacional com os do Governo e continuar a dar apoio às reformas dos sectores da defesa e segurança.
Uma reunião de chefes de missões da ONU na África Ocidental recomendou o diálogo no país com vista à criação de um ambiente propício para a implementação do programa de desenvolvimento.
No encontro realizado na sexta-feira em Abidjan, os representantes destacaram a “falta de um clima de estabilidade duradoura na Guiné-Bissau, mesmo com as altas expectativas que se seguiram à restauração da ordem constitucional”.
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