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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Falta de convencimento, ano novo traz “preocupação” e “cautelas”

As garantias de estabilidade política na Guiné-Bissau diminuíram e a antevisão de 2016 faz-se com uma boa dose de “preocupação” e “cautelas”, refere à Lusa, Ovídio Pequeno, que lidera a representação da União Africana (UA) no país


As garantias de estabilidade política na Guiné-Bissau diminuíram e a ante visão de 2016 faz-se com uma boa dose de “preocupação” e “cautelas”, refere à Lusa, Ovídio Pequeno, que lidera a representação da União Africana (UA) no país. O são-tomense ocupa o cargo desde 2012 (chegou a Bissau pouco depois do golpe de Estado militar de Abril), assistiu às eleições gerais de 2014 e à crise política deste ano O Presidente da República, José Mário Vaz, demitiu o primeiro ministro, Domingos Simões Pereira, em Agosto e abriu brechas entre facções dentro do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Um novo Governo entrou em funções, liderado pelo veterano Carlos Correia, mas “o Executivo ainda não está completo”. Tanto quanto se sabe, ainda não há acordo entre primeiro-ministro e Presidente para as pastas dos Recursos Naturais e Administração Interna, ao mesmo tempo que o programa de governação e orçamento ainda não foram votados pelo Parlamento.

Pelo meio, os dias nos círculos políticos são feitos de “rumores e intrigas” sobre alegadas movimentações para atirar o país para novo capítulo de instabilidade – com contagem de cabeças na bancada maioritária do PAIGC, para saber até que ponto pode estar dividida, e com a oposição à espreita. “É preciso reformar a classe política guineense, é preciso menos politiquice, menos intriga e mais honestidade”, refere Ovídio Pequeno, que elege a promoção de um novo paradigma de fazer política como prioridade para 2016.

Caso contrário, o país vai estar sempre “em pânico” ou “em dúvida”, por causa dos políticos e isso limita o investimento e o progresso. “Estamos sempre a falar da necessidade da reforma militar” para criar estabilidade, mas “é preciso mudar os políticos” que instrumentalizam os homens de farda, justifica Ovídio Pequeno. A receita para lá chegar não se afigura simples, porque “as pessoas não se ouvem umas às outras”. Aparentemente “até há reuniões”, mas o diálogo é muitas vezes uma fachada para novas intrigas e traições, descreve o representante da UA.Sem pacificação política ficam comprometidos outros temas que considera capitais para 2016: a reconciliação nacional e a revisão da Constituição.
 
 
 
 

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