A maior formação partidária da Guiné-Bissau, o Partido da Renovação Social (PRS), considerou hoje de inconstitucional e ilegal o actual Governo por não ter apresentado o seu programa no prazo previsto legalmente.
O partido, liderado por Alberto Nambeia, apresentou hoje uma declaração política, lida pelo deputado Sola Nquilin, durante a sessão plenária do Parlamento guineense.
"O PRS não reconhece este Governo por ser inconstitucional e ilegítimo. A manter-se esta situação o Partido da Renovação Social reserva-se no direito de agir nos termos regimentais e constitucionais contra esta inaceitável situação", afirmou Nquilin, antigo ministro da Agricultura.
Na sua declaração política, o PRS critica o facto de o primeiro-ministro Carlos Correia não ter apresentado o seu programa em 60 dias, como está estipulado por lei.
Na opinião do PRS, a actual crise política que se vive no país "é fruto de lutas internas" no PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), no poder.
"A crise político-institucional que o país tem vivido nos últimos meses, fruto de lutas internas do PAIGC é consubstanciada pela arrogância, ausência total do diálogo, nepotismo e sobretudo pela incapacidade da liderança (do partido) em conviver com a heterogeneidade de pensamentos", de uma forma política, sublinhou Nquilin.
Na segunda-feira o Parlamento guineense começa a debater o Programa do Governo e caso seja chumbado, por duas vezes, o executivo é automaticamente derrubado.
Fontes do PRS, que detém 41 deputados admitem a possibilidade de o partido apresentar uma moção de rejeição ao programa do primeiro-ministro, Carlos Correia.
O PAIGC conta com uma maioria absoluta de mandatos, 57 deputados, mas a sua bancada parlamentar apresenta fissuras devido a divisões no partido.
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