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terça-feira, 1 de julho de 2014

Embarque da castanha de caju impede acostagem de navios em Bissau

A exportação da castanha de caju, aliada à fraca capacidade de acostagem no porto comercial de Bissau, está a impedir que navios carregados de produtos de primeira necessidade atraquem, disse hoje à Lusa um responsável do sector.


Félix Nandunguê, director geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), explicou a Lusa que os dois cais do porto comercial de Bissau «são exíguos» para permitir a acostagem de vários navios ao mesmo tempo.

Desde o mês de abril, os dois cais do porto de Bissau têm recebido diariamente navios que vêm carregar a castanha de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau, que é vendido para a Índia.

«Neste momento há um grande fluxo de navios devido a exportação da castanha de caju», notou Nandunguê, ao indicar que alguns navios carregados com produtos de primeira necessidade têm estado a aguardar ordens para acostagem.

O director da APGB afirmou que a situação está a provocar falta de produtos como sumos, ovos, óleo alimentar, arroz, entre outros bens de consumo no mercado guineense.

Félix Nandunguê disse que tirando o facto de ser o período de exportação da castanha de caju, os dois cais do porto comercial de Bissau só podem permitir a acostagem de navios de até nove calados.

«O nosso porto não permite, por exemplo, que dois navios com mais de 120 metros de cumprimento, estejam acostados em paralelo», acrescentou Nandunguê para quem o porto precisa «de forma urgente» de uma dragagem caso contrario dentro de dois anos não poderá receber navios de grande calado.

A situação «é de tal forma complicada» ao ponto de um navio de uma empresa que transporta contentores carregados de produtos alimentares ter que voltar para o porto de Las Palmas, Espanha, quando soube que não havia espaço para atracar em Bissau, referiu Félix Nandunguê.

Além desse navio, três estão nas imediações do porto de Bissau a espera de ordens para atracarem. O director-geral da APGB afirma que todos estão carregados de «produtos essenciais» que fazem falta no mercado.

«Vamos ter que arranjar uma solução para que estes navios possam acostar nos próximos dias», observou Félix Nandunguê.


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