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Joseph Pulitzer

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Responsabilidade social. Precisa-se...

Delegar responsabilidades, num país que se encontra na sarjeta da estagnação!


O meu país me parece tão isento de ideias. Sinto-me irritado, humilhado, derrotado e cada dia mais me afasto da pátria que me viu nascer. A prostituição mental tende a continuar, espero que um dia venha a ser revogada e cancelada por alguém com coragem política, pois têm um sentido pernicioso e destruidor.

Hoje desenha-se o impossível. Procura-se a aproximação entre vítimas e carrascos, no intuito de se pôr fim a mais cruel e sangrenta atrocidade que houve na minha terra. Nunca a cúpula governamental delegou responsabilidades, sempre recearam perder a autoridade e o controle das instituições que comandavam. Açambarcavam tudo e não descentralizavam. Era essa uma da face negativa do poder, expressa em termos de domínio-submissão, ou seja, os subordinados sempre foram usados e sacrificados consoante as necessidades hierárquicas, mas nunca para o bem comum.

Sempre foi o caos nas várias instituições, não se sabe quem é quem. Os subordinados não conhecem os procedimentos e regras a seguir, não conhecem os seus direitos e deveres, não sabem o que se espera deles e quais as metas a atingir. Seja Presidente, Primeiro Ministro, Ministros, Directores, Chefes de Repartições, etc, sempre interferiram nos assuntos uns dos outros. Ninguém sabe onde começa e acaba a sua autoridade, tudo isso num país, onde os nacionais nunca gostaram de acatar ordens e onde a hierarquia sempre foi banalizada, porque nunca ninguém a respeitou.

Um líder ao delegar não está a perder a sua autoridade ou o controle, pelo contrário, isso permite-lhe concentrar-se nas decisões e questões de maior relevância, desempenhando com maior eficácia as funções que desempenha. Delegar significa transferir responsabilidade para outra pessoa, mas também a obrigação deste de prestar contas ao seu superior de todo o trabalho realizado. O centro fundamental da delegação é a autonomia e o controlo.

Quem dirige um governo, assume responsabilidades de tudo e por toda a sua Administração, devendo assim lembrar, que os erros dos antecessores nunca devem ser repetidos, mas sim aprender com eles e preparar-se para os que vai cometer. Ao escolher seus ministros e delegar poderes aos mesmos, o primeiro ministro não se livra da responsabilidade política e administrativa de cada um deles em caso de falha, pois foi ele que os escolheu. E quem é investido de autoridade, deve lembrar que estará constantemente a assumir responsabilidades que mais tarde lhe será cobrada.

O poder é a capacidade de exercer influência, ou seja, o líder deve usar sua influência para elevar a auto-estima dos subordinados e para mudar e melhorar as estratégias usadas pela direcção.
 
Herdou o governo uma sociedade anárquica com graves problemas raciais e tribais, cuja estrutura se encontra toda danificada, elevada insegurança interna e elevada corrupção. O mal maior será lidar com os militares, colocá-los nos quartéis e desarmá-los para começar a reforma. Tarefa difícil, pois estes reclamam recompensa pelos esforços durante o período de luta, postulando cargos públicos para si próprios e para parentes. Vai exigir muita paciência, muito diálogo e muito empenho dos governantes.

Os assombros de um Estado falhado são uma ameaça constante. Sem dispor de quadros dirigentes capazes e qualificados, penso que o governo não será capaz de cumprir a sua tarefa. É preciso saber analisar e utilizar os quadros, ou seja, saber analisar todo o percurso profissional de cada um e utilizar cada um no seu respectivo lugar. A todos deve ser dado a conhecer seus direitos e deveres, por forma a evitar ingerências no trabalho dos outros.

Deve-se dar especial atenção a geração actual de jovens que vive sob o signo de "rasca", - desmotivada, desinteressada e completamente alienada do saber, obcecada e manipulável pelas redes de televisão. Jovens desobedientes e mal formados, irresponsáveis, egoístas, atrevidos, promíscuos, mentirosos, mimados, impreparados para a vida e insatisfeitos contra tudo o que lhes contraria a vontade própria.

A Nação encontra-se na sarjeta da estagnação e o povo já não quer ser tratado de forma desigual e injusta. Também não queremos que saquem a nossa riqueza e os nossos recursos. É preferível ser pobre, honrado, mas digno e livre, em vez de se continuar a viver eternamente dependente, escravo e subserviente. Há países menores e mais pobres que a Guiné que granjearam respeito, porque os seus povos e as suas elites nunca se curvaram, nunca se ajoelharam, nunca se submeteram aos demais. A isso, dá-se o nome de "Honra" e deve ser ensinada a todos os nacionais.
 
 ( de: Otilio Camacho, agosto 2014)


 

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