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Joseph Pulitzer

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Ébola, "inimigo militar" para EUA

O chefe do Pentágono, Chuck Hagel, determinou, nesta quarta-feira, uma quarentena de 21 dias para todos os soldados que retornam do oeste da África e considerou a medida "prudente" para evitar a disseminação do vírus Ebola em solo americano.


A iniciativa mostra que o Exército está tomando medidas muito mais estritas do que as estabelecidas para trabalhadores sanitários enviados pelo governo americano à Libéria e ao Senegal, em meio a um intenso debate sobre como tratar os americanos que podem ter tido contacto com a doença mortal.

"O secretário acredita que esses passos iniciais são prudentes, em vista do grande número de militares que transitam entre sua base e o oeste da África e das demandas logísticas e do impacto que essa mobilização tem na força", declarou o porta-voz da pasta, o contra-almirante John Kirby, em um comunicado.

A quarentena foi adoptada, mesmo que os oficiais tenham dito que os soldados se concentrarão na construção de clínicas médicas, ou no treinamento, e não terão contacto com as pessoas infectadas.

Hagel explicou que a decisão foi tomada em parte porque as famílias dos militares solicitavam a quarentena.

"Esta foi uma política discutida em detalhes com as comunidades, as famílias e com nossos homens e mulheres militares, que queriam muito uma válvula de escape sobre este tema", disse Hagel em um evento na capital americana, o "Washington Ideas Forum".

O Exército americano já tinha determinado uma quarentena de 21 dias para as suas tropas que retornam de Libéria e Senegal. A ordem de Hagel estendeu a medida a todos os setores das forças militares.

Segundo essa decisão, Hagel pediu aos chefes das Forças Armadas que apresentem um plano detalhado dentro de 15 dias sobre como realizar a quarentena. Ele instruiu os chefes a revisar o novo regime no prazo de 45 dias e informar se deve continuar com as medidas.

'Fatos', não 'medo'

Especialistas médicos criticaram duramente as recentes ordens de quarentena, adoptadas em Nova York e Nova Jersey, afirmando que eram baseadas em política, e não na ciência.

Na terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, instou os americanos a responderem ao vírus com "fatos" no lugar do "medo".

Mas o presidente defendeu a abordagem dos militares, afirmando que as Forças Armadas apresentaram uma "situação diferente" da dos trabalhadores sanitários civis.

O Pentágono defendeu a iniciativa, apesar de algumas críticas de que teria adoptado medidas excessivamente rigorosas, que poderiam transmitir uma mensagem equivocada sobre como a doença se espalha.

"Nós descobrimos, com o passar dos anos, que procedimentos de transferência de tropas controladas com firmeza nos servem bem e acreditamos que este seja o caso", disse a jornalistas o porta-voz do Pentágono, coronel Steven Warren.

Warren afirmou que as Forças Armadas ainda precisam decidir, se a quarentena se aplicaria a tropas aerotransportadas que sobrevoam Monróvia, na Libéria, ou Dacar, no Senegal.

Agora, 1.104 militares americanos estão no oeste da África, ajudando no combate à epidemia, com 983 na Libéria e 121 no Senegal, completou Warren. Segundo ele, a missão inclui uma equipe médica da Força Aérea americana, formada por 20 profissionais que estão treinando funcionários sanitários em Monróvia.

Ainda de acordo com Warren, nenhum dos soldados mobilizados na região demonstrou quaisquer sintomas do vírus até agora.

O Pentágono planeia enviar uma força de 3.200 homens ao oeste da África, e os comandantes têm a autoridade para elevar esse contingente para até 3.900 soldados.
 
 
(Foto de MANDEL NGAN/AFP/Arquivos)
 

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