O português Tiago Guerra, suspeito do crime de branqueamento de capitais, foi detido em Díli, com a mulher, a 18 de Outubro de 2014.
A Justiça de Timor-Leste está a fazer tudo o que é possível para concluir o processo judicial do português Tiago Guerra, que está em prisão preventiva desde Outubro de 2014, disse nesta segunda-feira o ministro timorense Agio Pereira.
“Sabemos que o nosso sector de Justiça, sobretudo no âmbito da Procuradoria-Geral da República, está a fazer tudo, dentro do possível, para poder concluir este processo”, declarou à Lusa o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministro de Timor-Leste, Agio Pereira.
O ministro timorense fez estas declarações à margem da Conferência Portugal/Timor-Leste, que decorreu na Assembleia da República, em Lisboa.
O português Tiago Guerra, suspeito do crime de branqueamento de capitais, foi detido em Díli, juntamente com a mulher, a 18 de Outubro de 2014.
Guerra está em prisão preventiva - que foi renovada por mais seis meses em Abril - sem acusação formal e a sua mulher, Chan Fong Fong Guerra, está com Termo de Identidade e Residência (TIR), impossibilitada de sair de Timor-Leste.
A lei timorense prevê que a prisão preventiva possa ser aplicada durante um ano e meio e renovável, em casos de grande complexidade, por mais um ano.
Agio Pereira contou que já conversou com os pais de Tiago Guerra em Lisboa. “Todos nós somos humanos, sentimos a sensibilidade de como questões processuais afectam famílias”, sublinhou.
“Não é prazer nenhum para o nosso Estado manter pessoas na prisão sem justificação e esperemos que este processo de investigação seja concluído o mais rápido possível”, disse ainda o ministro timorense.
Oficialmente, e como disse recentemente à Lusa o procurador-geral timorense, José Ximenes, Tiago Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais com "factos que aconteceram em vários países", explicando que foram enviadas cartas rogatórias com pedidos de informação para Portugal e para Macau.
O pai de Tiago Guerra, Carlos Guerra, disse em entrevista à Lusa estar incrédulo com a detenção do filho e com os contornos de um processo que deixou a família "destroçada".
Tiago Guerra estava a preparar a saída para Macau quando foi detido em Díli. Segundo declarações prestadas pelo pai em Março à Lusa, todo o processo da detenção foi “surreal”, com as autoridades a afirmarem que estava a fugir de Díli, quando o filho “esteve meses” a preparar a saída. Segundo Carlos Guerra, organizou a venda de alguns bens pessoais, acertou contas, inscreveu os filhos na escola em Macau - onde tem residência e onde tinha uma proposta de emprego “irrecusável” - e “fez festas de despedida” na capital timorense. “Isto não é de alguém que queira fugir. Até fotos das festas de despedida tinha nas redes sociais”, disse.
O caso de Tiago Guerra, que está preso na cadeia de Becora, em Díli, está a suscitar uma ampla campanha de solidariedade dentro e fora das redes sociais com muitos a escreverem directamente às autoridades timorenses a pedirem a sua intervenção.
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