Tcherno Djaló, candidato independente à presidência da Guiné-Bissau, apontou hoje o que considera serem "graves irregularidade" no recenseamento em curso no país com vista às eleições gerais de 16 de março.
Após depositar os documentos da candidatura no Supremo Tribunal
de Justiça (STJ), Tcherno Djaló disse aos jornalistas que o
recenseamento eleitoral "continua com vícios"
identificados desde o início do processo, a 01 de dezembro.
"Muitos eleitores foram recenseados sem terem o seu cartão e
nem sabem onde e quando vão poder recebê-los", afirmou Djaló,
acusando os responsáveis de estarem a trabalhar na base do
improviso.
Djaló diz ainda que foram introduzidas "muitas alterações"
no processo do recenseamento sem que o Parlamento se tenha
pronunciado sobre a legalidade ou constitucionalidade das mesmas, mas
escusou-se a especificá-las.
Para Tcherno Djaló, antigo ministro da Educação, grande parte
dos agentes de recenseamento têm uma "preparação técnica
deficitária", tem havido "sistemática ruptura" de
materiais de recenseamento e tem sido dado prioridade a certas zonas
do país "em detrimento" de outras.
"Tudo isso mostra que há falhas e irregularidades graves,
susceptíveis de comprometer a credibilidade das eleições",
disse Djaló, que exorta as autoridades a tomarem medidas corretivas
e a comunidade internacional a ser vigilante.
"Eu não quero ser um presidente mal eleito", sublinhou
Djaló, chamando a atenção para o facto de as irregularidades
poderem tirar a transparência e a credibilidade ao processo
eleitoral.
(in: lusa)
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