Quatro de setembro de 1999, data relembrada por muitos timorenses, pelo dia em que a Comissão da ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou os resultados do referendo, que foram de 78,5% de votos a favor da independência de Timor-Leste.
No dia 30 de agosto de 1999, Timor-Leste teve a oportunidade de optar pela integração ou a autonomia.
Este resultado provocou uma reacção violenta por parte das milícias pró-integração.
Xanana Gusmão na altura estava em prisão domiciliária, vindo a ser libertado no início de setembro desse mesmo ano, dias após o referendo sobre a autodeterminação do povo timorense.
Seguiu-se um período de violência contra a população, que foi condenada pela Comunidade Internacional.
A 15 de setembro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou a Resolução 1264 (1999), na qual, entre outros pontos, condenou todos os actos de violência perpetrados em Timor-Leste e apelou ao seu fim, exigindo que os responsáveis fossem apresentados à justiça.
Reconheceu-se a necessidade da assistência humanitária para os refugiados de Timor-Leste. Foi dada a autorização da entrada de uma força multinacional para restaurar a paz, no dia 19 de setembro de 1999, e responsabilizaram-se as autoridades indonésias pela segurança do regresso dos refugiados timorenses.
Os conflitos internos continuaram, com a organização de milícias pró-integracionistas, cujo objectivo era intimidar a população para que o seu sentido de voto no referendo fosse de recusar a autodeterminação.
Após a Revolução de 25 de abril de 1974 em Portugal, as colónias portuguesas ficaram independentes, e o mesmo se pensaria acontecer com Timor Oriental.
Surgiram três partidos políticos em Timor-Leste, a União Democrática Timorense (UDT), a Associação para a Integração de Timor na Indonésia (primeiramente apelidada de AITI e mais tarde denominada APODETI) e a Frente de Libertação de Timor Leste (FRETILIN).
Em 1975, o desentendimento entre os diferentes partidos políticos agravou-se e começou a guerra civil.
Impotente perante os factos, a administração portuguesa abandonou Timor e, em 28 de novembro de 1975, a FRETILIN declarou a independência da República Democrática de Timor-Leste.
Dez dias depois a Indonésia invadiu o território.
Depois da ocupação do território, organizou-se a resistência maubere, que se instalou nas montanhas de Timor, liderada por Xanana Gusmão.
A 12 de novembro de 1991 deu-se o massacre de Santa Cruz, cujas imagens foram filmadas e divulgadas por todo o mundo todo.
Durante uma manifestação a favor da independência de Timor-Leste as forças de segurança indonésia abriram fogo contra civis desarmados, que causou a morte de cerca de 250 timorenses.
Xanana Gusmão foi capturado e enviado para Cipinang, a prisão indonésia de mais alta segurança, em novembro do ano seguinte.
Estes acontecimentos foram decisivos para a tomada de consciência do genocídio e da fome causados por duas décadas de ocupação indonésia, há muito denunciados pela Diocese de Díli.
Também o governo português procurou chamar a atenção da Comunidade Internacional para a violação dos Direitos do Homem que se estava a verificar em Timor-Leste.
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