Portugal vai retomar este ano um programa de bolsas de estudo para que jovens da Guiné-Bissau possam estudar no ensino secundário em Portugal, adiantou à Lusa o embaixador português na capital guineense, António Leão Rocha.
Portugal vai retomar este ano um programa de bolsas de estudo para que jovens da Guiné-Bissau possam estudar no ensino secundário em Portugal, adiantou à Lusa o embaixador português na capital guineense, António Leão Rocha.
"Ao nível do ensino secundário houve um interregno [na atribuição de apoios] e agora vamos retomar o programa com 60 bolsas" para o próximo ano letivo, 2015/16, referiu o diplomata, em entrevista a agência Lusa.
O programa ficou suspenso depois do corte de relações entre os dois países devido ao golpe de estado de abril de 2012.
O relacionamento voltou à normalidade com a eleição de novas autoridades, no último ano.
Ao longo daquele período manteve-se apenas a atribuição de bolsas para o ensino superior, com nove alunos apoiados em 2014 - quatro dos quais vão beneficiar este ano de renovação de bolsa a juntar a outras 12 novas, por entregar.
António Leão Rocha apresentou cartas credenciais ao Presidente da República da Guiné-Bissau a 05 de dezembro (apesar de estar em funções diplomáticas no país desde abril de 2014) e na primeira entrevista como embaixador mostrou-se confiante na "estabilidade politica" conquistada no país.
Portugal está a apoiar as novas autoridades com um programa a seis meses para atender "às prioridades de curto prazo na saúde, educação e desenvolvimento rural" e em breve começará a ser preparado um "plano estratégico de cooperação a três anos".
Além do entendimento entre os dois governos, o diplomata acredita que ao nível na iniciativa privada, em 2015, haverá missões empresariais portuguesas em solo guineense - depois de em 2014 ter sido cancelada uma das visitas anunciadas por causa de a TAP não ter retomado os voos para Bissau.
A ligação aérea foi suspensa em dezembro de 2013 quando as autoridades guineenses do período de transição (nomeadas depois do golpe de 2012) obrigaram a tripulação a levar cerca de 70 passageiros ilegais para Lisboa.
No último ano, após eleições na Guiné-Bissau, os governos dos dois países chegaram a acordo sobre novas condições de segurança, a TAP anunciou que os voos recomeçavam em outubro, mas comunicou depois que não havia condições para os retomar, sem dar mais explicações.
"Sabemos que haverá dificuldades da TAP em cobrir os voos", mas "também não recebi explicações", disse António Leão Rocha.
De qualquer forma, o diplomata acredita que a ligação será retomada: "espero que sim, é a expetativa que todos temos, inclusive o governo de Portugal".
Nos planos para 2015, o novo embaixador pretende dinamizar o Centro Cultural Português em Bissau, depois de um período com poucas atividades no cartaz cultural aberto ao público.
Segundo António Leão Rocha, a situação acabou por ser reflexo do afastamento entre os dois países a seguir ao golpe de 2012, mas neste ano o espaço vai conhecer "uma nova dinâmica", concluiu.
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