A Federação de Futebol da Guiné-Bissau convidou o guineense Baciro Candé para substituir o português Paulo Torres [na foto] no cargo de seleccionador, disse esta quarta-feira à agência Lusa o vice-presidente do organismo Joãozinho Mendes. Baciro Candé, actual treinador do Sporting de Bissau, foi convidado por ser "dos poucos técnicos guineenses com o quarto nível" de formação e, ainda, por ter sido, há oito anos, seleccionador do país, referiu o dirigente.
"Tudo indica que Baciro Candé vai aceitar o convite da federação e já no próximo jogo, no mês de marco, estará no comando da selecção nacional", acrescentou Joãozinho Mendes, referindo que as decisões foram tomadas na última reunião do comité executivo, realizada na quinta-feira.
Questionado sobre a situação de Paulo Torres, que ainda tem um contrato com a federação guineense, que deve terminar em dezembro, Joãozinho Mendes remeteu para o Governo a resolução do problema.
"Desde o nosso último jogo, em outubro, que a federação comunicou ao Governo que prescinde do trabalho do seleccionador. Agora, cabe à secretaria de Estado do Desporto arranjar uma saída para a situação", defendeu Mendes.
Paulo Torres foi despedido pelo presidente da federação, Manuel Nascimento Lopes, no dia 13 de outubro, em pleno estádio, após a derrota da Guiné-Bissau por 1-3 diante da Libéria. O jogo contava para a fase pré-eliminatória do apuramento para o Mundial de Futebol de 2018, a realizar-se na Rússia, prova da qual o país ficou afastado.
"O Presidente da FFGB comunicou ao mister que dispensava os seus serviços, à frente dos jogadores, no balneário, logo depois do jogo", disse à Lusa fonte da instituição federativa que presenciou o momento.
Na Guiné-Bissau, o contrato do seleccionador de futebol é pago pelo Governo e a federação apenas usufrui do trabalho do técnico, que pode dispensar quando assim o entender.
O vice-presidente da federação indicou ainda à Lusa que a situação de Paulo Torres deve ser tema de uma reunião a ter lugar quinta-feira na secretaria de Estado do Desporto, mas adiantou que o treinador português "está ao corrente de tudo o que se passa".
"Pede apenas que lhe paguem o que tem a receber do seu contrato", observou Joãozinho Mendes, que acredita ser possível encontrar-se uma solução para Paulo Torres, que orienta a selecção guineense desde novembro de 2013.
Quanto a Baciro Candé, o vice-presidente da federação notou que lhe foi proposto um trabalho a título interino à frente da selecção guineense, mas que poderá ser transformado em efectivo com a duração de três anos caso obtenha bons resultados.
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