COM O TEMPO UMA IMPRENSA CÍNICA, MERCENÁRIA, DEMAGÓGICA E CORRUPTA, FORMARÁ UM PÚBLICO TÃO VIL COMO ELA MESMO

Joseph Pulitzer

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Maioria das medidas de prevenção está por realizar na G-Bissau

"Apesar de [a prevenção] não estar a 100%, as condições estão colocadas para que esteja em prática no menor prazo possível", referiu Regina Ungerer, líder de uma missão da OMS que visitou o país durante uma semana.

A viagem serviu para perceber a preparação geral face ao eventual surgimento do vírus registado nos países vizinhos, mas ao qual a Guiné-Bissau tem escapado.

Das 10 áreas de intervenção definidas pela OMS para prevenir a infecção, só em três a Guiné-Bissau consegue um grau de execução de medidas superior a 50%: vigilância epidemiológica, criação de uma equipa rápida de resposta e sensibilização da população.

Numa reunião conclusiva com parceiros nacionais e estrangeiros nas instalações do Ministério da Saúde, em Bissau, Regina Ungerer pediu hoje às entidades guineenses que dêem prioridade à simulação de recolha de amostras e encaminhamento para o laboratório de diagnóstico em Dacar, Senegal.

Este caminho necessário para confirmar se um eventual caso é uma infecção por Ébola está definido no papel, mas "nunca foi testado", realçou.

O Instituto Pasteur, em Dacar, é a solução imediata para o diagnóstico, mas a médio e longo prazo é recomendado o reforço de recursos materiais e formação de pessoal do laboratório de saúde pública, em Bissau, bem como a entrada em circulação de um laboratório móvel.

Outras das prioridades apontadas pela OMS é a reabertura de fronteiras com a Guiné-Conacri (a leste e a sul), uma vez que o encerramento (decidido pelo Governo desde agosto) multiplica as passagens ilegais, prejudicando o controlo, além de dificultar a troca de informação entre países.

Foi ainda pedido que sejam criadas equipas para a realização de funerais seguros: no país há 194 sacos para enterrar eventuais corpos infectados, mas falta formar pessoal acerca dos procedimentos (que são complexos, segundo referiram membros da missão) que evitam a propagação do vírus a partir de corpos contaminados.

Transversal a todas as áreas foi o pedido da OMS para as entidades da Guiné-Bissau melhorarem a coordenação entre si e prepararem melhor cada tarefa, preocupando-se com os detalhes de cada uma.

"Há um plano de contenção e estamos satisfeitos com ele. Nem tudo está perfeito, mas muitas coisas já estão em prática. O que recomendamos é que as ações que não estão totalmente definidas passem a estar", resumiu Regina Ungerer.

"Claro que o Governo está sobrecarregado e precisa de auxílio", acrescentou, garantindo no caso o apoio da OMS, além da ajuda que tem sido dada por outros parceiros.

A epidemia de Ébola na África Ocidental já contagiou mais de 14.000 pessoas, tendo provocado a morte a mais de 5.000, sendo os países mais afectados a Serra Leoa, a Libéria e a Guiné-Conacri.


Até hoje (19) as 16 situações comunicadas e investigadas, foi pedida a intervenção adicional da equipa dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) em oito delas, mas sem que o vírus tenha sido encontrado.
Os números foram apresentados hoje nas instalações do Ministério da Saúde, em Bissau, durante uma apresentação em que participaram os nove membros da comitiva da OMS para fazer o balanço da visita destinada a avaliar a prevenção do Ébola no país.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário