A produção de arroz na Guiné-Bissau deverá registar uma queda de 36% na campanha agrícola 2014-15, disse hoje à agência Lusa fonte da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla inglesa).
O arroz é a base de toda a alimentação no país e de acordo com os levantamentos realizados no terreno, prevê-se "uma queda de 36% em relação à campanha agrícola anterior. É bastante", explicou Rui Fonseca, encarregado da FAO em Bissau.
A justificação está na "chegada tardia das chuvas, com má repartição no espaço e no tempo".
Numa campanha com bons resultados, a produção local cobre habitualmente as necessidade de "quatro a cinco meses" de consumo de arroz, mas desta vez não deverá chegar para mais que três meses, alertou.
"A Guiné-Bissau deverá ter um défice de 46 mil toneladas de arroz, que deverão ser completadas através de fundos a que o Governo possa eventualmente recorrer", acrescentou Rui Fonseca.
Segundo referiu, esta quebra na produção de arroz já estava prevista num plano de salvação do ano agrícola esboçado há alguns meses pelo executivo.
Por outro lado, é preciso começar a pensar já em medidas de apoio ao próximo ano agrícola, porque a atual quebra vai provocar um consumo antecipado das sementes que deveriam ser lançadas à terra, para além de deixar os agricultores sem alimento, nem rendimento.
A avaliação da campanha agrícola na Guiné-Bissau é feita todos os anos pela FAO, em conjunto com o Programa Alimentar Mundial (PAM), o governo guineense e o Comité Permanente Inter-estados de Luta Contra a Seca no Sahel (CILSS).
Em agosto, o presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, reuniu-se com engenheiros agrónomos para discutir formas de aumentar a produção nacional de arroz, base da dieta alimentar dos guineenses.
José Mário Vaz quis ouvir os técnicos sobre formas de o país poder aumentar a produção, deixando de importar as cerca de 150.000 toneladas de cereal por ano.
Segundo os números referidos na altura, em condições normais, a Guiné-Bissau produz cerca de 111 mil toneladas de arroz e importa cerca de 150 mil que custam aos cofres do Estado 60 milhões de euros.
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