Do ponto de vista económico e social, o país tem mais a ganhar com a transformação interna do produto do que com a exportação bruta.
Na Guiné-Bissau, o Estado e os operadores económicos que intervêm no sector de caju concluíram que a transformação do produto é mais rentável de que a sua exportação bruta.
Dados estatísticos indicam que a produção da castanha de caju, maior produto de exportação da Guiné-Bissau, com peso muito expressivo na economia nacional, começou desde 1976. Na altura, foram produzidas mil e quinhentas toneladas, com uma exportação de mil e duzentas para os mercados de transformação. Desde então, os números têm variado, mas com tendência de crescimento a cada ano que passa.
Em 2014, a produção da castanha de caju situou-se em 200 mil toneladas, enquanto a exportação, foi calculada em quase 150 mil toneladas. Uma referência estatística que colocou a Guiné-Bissau no quarto maior produtor mundial e segundo em África, depois da Costa do Marfim.
Entretanto, a grande preocupação reside agora na necessidade da industrialização do sector, ou seja, é de senso comum, que o país, do ponto de vista económico e social, tem mais a ganhar com a transformação interna do produto do que com a sua exportação bruta. Aliás, esta foi a conclusão, de há mais de 10 anos, de um projecto americano ligado ao comércio e investimento privado na Guiné-Bissau, como lembra a economista agrária Carmem Pinto Pereira.
A conclusão assentava-se num estudo científico, no qual se projectava que o processamento interno da castanha de caju, através de unidades de transformação, representa uma saída viável e económica para a Guiné-Bissau.
Fala-se muito no sector de caju como se se trata de um sector crítico para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, mas do ponto de vista político e estratégico pouco se faz, sublinhou ainda Carmen Pinto Pereira.
Para falar da importância económica do processamento da castanha de caju da Guiné-Bissau, considerada uma das mais procuradas no mercado internacional, em virtude da sua qualidade biológica, uma nota a ressalvar: das 39 unidades de processamento registadas oficialmente, apenas 18 estão em condições técnicas de operar. Uma linha histórica de transformação que veio de 1994 com a intervenção, junto aos produtores, do então projecto americano TIPS.
Actualmente, diga-se, o Governo guineense dispõe de um diploma sobre a obrigatoriedade de transformação de 1.500 toneladas por ano, para quem quiser exportar o produto. A legislação não foi ainda promulgada.
(in:voa)
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