Governo e oposição de Cabo Verde prestam homenagem aos combatentes pela liberdade
O primeiro-ministro e o líder da oposição de Cabo Verde homenagearam ontem todos os que, portugueses e africanos, que combateram pelos valores da liberdade, da democracia e que protagonizarem a revolução que há 41 anos mudou Portugal.
Falando aos jornalistas à margem de um seminário que decorreu na Ribeira Grande de Santiago ("Cidade Velha"), 12 quilómetros a oeste da Cidade da Praia, o chefe do executivo cabo-verdiano, José Maria Neves, salientou que, celebrar o "25 de Abril" de 1974 constitui uma "homenagem" a todos os que falam a língua portuguesa.
"O '25 de Abril' é uma homenagem a todos os que falam a língua portuguesa, um contributo de todos os combatentes pela liberdade, portugueses e africanos, que lutaram denodadamente para derrubar o regime colonial fascista de [António de Oliveira] Salazar e [Marcelo] Caetano e construir pátrias livres, tanto na Europa como em África", afirmou.
"É um momento de prestarmos homenagem aos combatentes pela liberdade e de perspetivarmos um futuro mais digno, de liberdade, de desenvolvimento e de dignidade para todos os que partilham esta pátria comum, que é a língua portuguesa", concluiu José Maria Neves.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Ulisses Correia e Silva, realçando a importância da efeméride, admitiu que a data tem sido comemorada de forma "discreta" em Cabo Verde, algo que deve mudar.
"Antes de mais, 25 de Abril sempre! E sempre, porque é sempre uma data comemorada e enaltecida pelos valores da liberdade, da democracia, pelo efeito que teve, não só em Portugal, como nas ex-colónias e, particularmente, aqui em Cabo Verde.
"Daí que, para nós, também é uma data de celebração", afirmou.
"Apesar de passar muitas vezes de uma forma discreta, em Cabo Verde, deveremos dar mais exposição, à celebração do 25 de Abril [em Cabo Verde], porque está intimamente ligada a valores que cultivamos e que devemos cultivar cada vez mais: os da liberdade", sustentou Correia e Silva.
Portugal celebra hoje o 41.º aniversário da revolução protagonizada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), a 25 de abril de 1974, que pôs termo ao regime ditatorial de 48 anos liderado por António de Oliveira Salazar e, depois, por Marcelo Caetano.
Com a também conhecida por "Revolução dos Cravos", foram abertas as portas para a independência das antigas colónias portuguesas em África, que começou com a Guiné-Bissau, que a declarou unilateralmente a 24 de setembro de 1973 e que Portugal viria a reconhecer quase um ano depois, a 10 de setembro de 1974.
Em 1975, viriam as independências de Moçambique (25 de junho), Cabo Verde (05 de julho), São Tomé e Príncipe (12 de julho) e Angola (11 de novembro).
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