Associações empresariais de Portugal e de Cabo Verde incluíram hoje as da Guiné-Bissau para procurar parcerias que resultem em possibilidades de investimento no mercado da África Ocidental.
Francisco Mantero, presidente da ELO e em representação da Associação
Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI),
falava à Lusa na Cidade da Praia no final de um seminário subordinado ao
tema “Cabo Verde como Plataforma das Empresas Lusófonas para a CEDEAO
(Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)”, em 25 de abril.
A ideia, acrescentou, foi defendida pela Câmara de Comércio,
Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS, de Cabo Verde), também
promotora do seminário, e prontamente acolhida pela AIP-CCI, sobretudo
pelo facto de os dois países pertencerem a um espaço comum, CEDEAO.
Segundo Francisco Mantero, além da CEDEAO, Cabo Verde tem a vantagem
de estar também associado ao AGOA, que isenta de taxas alfandegárias as
exportações para os Estados Unidos, tem parcerias com a União Europeia
(Especial e para a Mobilidade) e ainda a ligação ao Euro, via acordo
cambial com o Tesouro português.
No caso da Guiné-Bissau, há a vantagem competitiva de o país
pertencer também à Zona do Franco CFA (Franco da Comunidade Financeira
Africana) e à União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA).
Juntos, sustentou, Cabo Verde e Guiné-Bissau, que têm vindo nos
últimos meses a intensificar as relações comerciais e políticas, podem
servir de ponte para um mercado entre 350 a 400 milhões de pessoas para
as empresas lusófonas – incluindo também as de Angola, Brasil, Guiné
Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Francisco Mantero salientou que, no curto prazo, devem-se criar as
condições em Cabo Verde e na Guiné-Bissau para que as restantes empresas
lusófonas possam encontrar parcerias com congéneres cabo-verdianas e
guineenses para entrar no mercado oeste-africano, de 15 países.
Também à Lusa, o vice-presidente da CCISS, Rui Amante da Rosa,
manifestou-se “entusiasmado” com as perspectivas, garantindo que a câmara
de comércio cabo-verdiana vai agora entrar em contacto com a congénere
guineense, para dar seguimento ao delineado na Cidade da Praia.
Amante da Rosa negou, porém, que a proximidade das eleições
legislativas em Cabo Verde (previstas para o primeiro trimestre de 2016)
possa interferir negativamente nas relações empresariais, defendendo
tratar-se de uma iniciativa do sector privado que está em linha com os objectivos de internacionalização empresarial do país, “qualquer que seja
o próximo Governo”. A AIP-CCI pretende efectuar idênticas reuniões
proximamente em Timor-Leste, Moçambique e Guiné Equatorial.
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