"Por aquilo a que tenho assistido e por aquilo que tem sido a mensagem das autoridades, Timor-Leste está muito mais preocupado na difusão, no uso e na implantação da língua portuguesa em si do que em pensar, neste momento, se adopta ou não o Acordo Ortográfico", disse a responsável.
O país "não é, de forma alguma, contra a implementação do Acordo, mas aquilo a que assistimos em Timor-Leste é ainda a uma fraca implantação e a um fraco uso da língua portuguesa a nível nacional", complementou Marisa Mendonça.
Segundo a directora-executiva do IILP, "os timorenses utilizam muito as suas línguas nacionais, principalmente o tétum", pelo que o país - que preside actualmente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - está num estágio muito próprio da implementação do acordo.
Marisa Mendonça, que prevê deslocar-se ao território "mais do que uma vez no primeiro semestre de 2016, sendo a primeira logo no início do ano", assegurou à Lusa que a aplicação do Acordo é "um dos temas" sobre os quais "irá trabalhar com as autoridades locais".
A 10 de maio de 2015, Benjamim Corte-Real, director-geral do Instituto Nacional de Linguística (INL) da Universidade Nacional de Timor Lorosae (UNTL), disse à Lusa que a aplicação do Acordo Ortográfico em Timor-Leste ainda era prematura, pois "a grande prioridade é a disseminação da língua em si e não se é a antiga ou a nova".
À data, Corte-Real considerou que, em Timor-Leste, os debates relacionados com o Acordo continuavam distantes, apesar de o INL estar a trabalhar no sentido da sua implementação.
"Na comissão nacional do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, trabalhamos já em perfeita sintonia com o AO, embora alguns membros não tenham o domínio perfeito", afirmou.
Timor-Leste, que aderiu ao Acordo em 2004, ratificou-o em 2009 mediante três resoluções do Parlamento Nacional: a 14/2009, que aprova a adesão, a 18/2009, que aprova o segundo protocolo modificativo, e a 19/2009, que aprova o protocolo modificativo.
Sem comentários:
Enviar um comentário