A equipa disponibilizada por Portugal para ajudar a combater o vírus do ébola na Guiné-Bissau está formada, “mas só será enviada se houver necessidade e se pedirem”, esclareceu o director-geral da Saúde. Francisco George acrescentou que, de qualquer forma, uma decisão final sobre o envio destes profissionais para o terreno só deverá acontecer depois de 30 de Novembro, dia em que primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, visita Portugal com este ponto na agenda, acompanhado pela ministra da Saúde daquele país.
A equipa, adiantou Francisco George, “está formada e é composta por médicos e enfermeiros” que já tiveram experiência em cenários africanos com problemas semelhantes. Aliás, em meados de Outubro, o director-geral da Saúde, acompanhado pelo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, deslocou-se a Bissau para um encontro de preparação com as autoridades locais.
Aquando da visita à Guiné-Bissau, à semelhança do que já tinha dito na comissão parlamentar de saúde, Francisco George reconheceu que, se o ébola chegar à Guiné-Bissau, “o risco para Portugal sobe”, pelo que, ao apoiar os trabalhos de controlo da epidemia ajuda-se a combater o problema no foco e, por consequência, “a reduzir o risco para os outros países”. A redução do risco também tem sido minimizada por a TAP não estar a fazer ligações directas de Portugal para aquele país e a rota não deverá ser retomada antes de Dezembro.
No final da visita, a ministra da Saúde da Guiné-Bissau, citada pela Lusa, adiantou também que a base de retaguarda portuguesa deverá funcionar no Hospital Militar de Bissau. Valentina Mendes disse que a ideia é que a equipa portuguesa, caso venha a ser necessária, complemente um centro de tratamento e isolamento que as autoridades guineenses estão a preparar. O apoio português poderá ser dado tanto ao nível das análises laboratoriais como do tratamento de doentes ou mesmo da formação de outros profissionais para algumas medidas preventivas, como vestir e despir o equipamento de protecção.
O presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), sobre este assunto, já tinha afirmado à DW África que a equipa multidisciplinar inclui também técnicos de laboratório e que todos os voluntários recebem formação específica antes de integrar a missão. “A maioria já tem experiência de colaboração em países africanos e é nesse sentido que estamos a avaliar critérios para podermos formar, numa primeira fase, uma equipa multidisciplinar para lidar com pessoas que tenham sofrido de ébola, na parte clínica, laboratorial, de prevenção e biossegurança”, frisou Fernando de Almeida.
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