Uma delegação internacional dedicada ao combate às drogas pediu terça-feira "determinação e vontade política" das autoridades da Guiné-Bissau contra o tráfico e consumo de estupefacientes.
O apelo foi feito por uma delegação da Comissão de Combate às Drogas na África Ocidental após três dias de visita ao país.
A comitiva foi liderada pelo antigo presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, que dirige a comissão, que foi criada em Janeiro por Kofi Annan, antigo secretário-geral da Nações Unidas.
Integraram ainda a delegação, Christine Kafondo, activista do Burkina Faso em defesa de causas relacionadas com a saúde pública, e Alpha Diallo, médico e líder juvenil na Guiné-Bissau.
"É necessário que o país demonstre determinação e vontade política para lutar contra este flagelo", referiu Christine Kafondo, numa conferência de imprensa em que foram apresentadas as recomendações feitas ao Estado guineense após a visita.
Apesar de não apresentar números relativamente ao uso de estupefacientes, a delegação sublinhou que "o consumo de drogas é um problema real", para além das acusações de facilitação do tráfico - que fazem com o que o país seja considerado um "narco-Estado".
"É um problema reconhecido pelo Estado e, como dizem os médicos, o diagnóstico está feito. Isso quer dizer que estamos prontos para chegar a uma solução, para começar o tratamento", destacou Olusegun Obasanjo.
De acordo com aquele dirigente, "a solução passa exactamente pela vontade política" e "passa por ver quais são os problemas e levá-los à justiça".
A delegação recomendou ainda que a Guiné-Bissau receba "assistência especial da comunidade internacional" para lutar contra as drogas e que promova estratégias de combate de âmbito regional, com
outros países da África ocidental.
Entre as fragilidades detectadas, está a falta de recursos para patrulhar as mais de 80 ilhas que compõem o arquipélago das Bigajós.
Foi também sugerido que a Guiné-Bissau avance com investigações no terreno que permitam elucidar sobre "a real situação de consumo e tráfico" de estupefacientes.
A 04 de Abril, uma brigada de combate ao tráfico de droga dos Estados Unidos capturou Bubo Na Tchuto, antigo chefe da marinha guineense, acusando-o de tráfico de drogas, e Washington manifestou também a intenção de deter o actual chefe das Forças Armadas, António Indjai, que refuta as acusações.
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