ANTÓNIO INDJAI AMEAÇA SUICIDAR-SE
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, ameaçou suicidar-se, caso seja detido pela justiça norte-americana, deixando claro que pode ser capturado pelas autoridades dos Estados Unidos a qualquer momento.
Em declarações no âmbito da cerimónia de abertura da 1.ª Conferência Nacional de Segurança e Serviço de Informação Militar, António Indjai adiantou que no dia em que entender que será preso pelos norte-americanos vai suicidar-se.
«Vou dizer-vos publicamente que ninguém vai-me deter com as mãos. Vão suicidar-me. Já conheci os usos tradicionais da minha etnia»,
declarou Indjai.
No seu discurso, o Chefe das Forças Armadas disse estar com ódio de pessoas de raça «branca», justificando que estas assassinaram o seu pai durante a luta armada de libertação nacional.
Além destes aspectos, António Indjai acusou tudo e todos: a comunicação social, sociedade civil, Liga Guineense dos Direitos Humanos, poder político, Assembleia Nacional Popular, magistrados, acusando algumas pessoas de se envolverem nas questões étnicas raciais na Guiné-Bissau, entre as quais Bitchofula Na Fafe, Cipriano Cassamá, Vicente Pungura e Ibraima Sow.
O Chefe das Forças Armadas ameaçou atacar com catana Ibraima Sow porque, alegadamente, este teria afirmado, no âmbito dos acontecimentos de 21 de Outubro de 2012, que Indjai ordenara a morte de jovens militares acusados de envolvimento directo no Quartel de Base Aérea de Bissalanca.
Em relação à sociedade civil, que foi representada no encontro pelo seu Presidente Jorge Gomes, acusou o grupo de ter permitido o golpe de Estado de 12 de Abril, considerando que se não fosse a comunidade internacional e se os militares tivessem dirigido o destino da Guiné-Bissau até esta dada, o país estaria melhor endireitado em termos de governação.
António Indjai apelou aos próximos governantes a saírem das urnas depois dos pleitos do próximo 24 de Novembro e a se pautarem pela boa governação em prol do desenvolvimento da Guiné-Bissau.
A falta de condições de trabalhos para os agentes do Serviço de Segurança foi outro dos aspectos levantados por Indjai.
Por último, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau afirmou categoricamente que não vai para a reforma. «Não vou para a reforma, assim como também não vou morrer porque não fiz mal a ninguém», disse.
Sobre este discurso, uma fonte do Serviço de Segurança guineense confidenciou à PNN que discorda complemente do teor do discurso de António Indjai, porque o momento não era oportuno para este efeito, uma vez que o encontro visava a busca de estrangulamento no sector sobre vários casos de mortes verificadas no país, desde a sua independência até esta data.
Nos dois dias do encontro os participantes vão abordar, entre outros assuntos, o funcionamento do Serviço de Segurança durante a luta armada, o Serviço de Segurança e Contra Inteligência Militar após a independência e a sua interdependência, assim como o funcionamento deste serviço após abertura política.
A convergência e divergência entre o Serviço de Segurança e Contra Inteligência Militar, a sua decadência, causa e origens e como ultrapassar estas divergências são ainda outros assuntos do encontro.
Os trabalhos terminam com o tema sobre a contribuição da sociedade civil no contexto actual no processo de segurança nacional e a lei orgânica número 7 2010, do dia 22 de Novembro.
(in: Portuguese News Network)
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