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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Trabalhadores guineenses despedidos da Câmara Municipal e dos Portos

Cerca de 400 trabalhadores guineenses despedidos da Câmara Municipal de Bissau e da Administração dos Portos manifestaram-se hoje em frente ao Palácio da Presidência, pedindo a intervenção do chefe de Estado perante o que consideram um abuso do Governo.

 
 
Edgar Gomes, porta-voz do comité conjunto dos trabalhadores despedidos nas duas instituições, disse que a manifestação serviu para "apelar à intervenção do Presidente [José Mário Vaz] enquanto comandante em chefe do país" para obrigar o Governo "a cumprir com a lei".

Gomes acusa o Governo de "cometer ilegalidades" quando, alegadamente, mandou para casa, sob pretexto de serem excedentários, cerca de 250 trabalhadores na Administração dos Portos da Guiné e quase 150 na Câmara Municipal de Bissau, tendo contratado outras pessoas para os mesmos lugares.

"É um abuso e estamos a ser enganados quando dizem que fomos despedidos por razões económicas", defendeu o porta-voz dos trabalhadores, que se manifestaram também junto à Assembleia Nacional Popular (Parlamento) e do Ministério da Função Pública.

Edgar Gomes disse que do Governo não esperam "mais nada" depois de terem tentado falar com o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, por várias vezes, sem sucesso, pelo que, admitem confiar agora apenas no Presidente José Mário Vaz.

Na terça-feira, uma delegação de seis pessoas será recebida por um dos assessores do chefe de Estado.

Edgar Gomes disse que a delegação vai mostrar indignação perante o chefe de Estado, realçando que o despedimento dos cerca de 400 funcionários "tem contornos políticos", uma vez que a maioria tinha sido contratada durante o período do Governo de transição, na sequência do golpe militar de abril de 2012.

"Que culpa temos nós de ter havido o golpe de Estado? Não fomos nós que fizemos o golpe", observou o porta-voz dos trabalhadores, que prometem lutar "até às últimas consequências".
 
 
 
 

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